O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), disse nesta terça-feira (2), em mensagem enviada à Câmara Legislativa e lida pelo secretário de Governo, Flávio Giussani, que sua “única ambição é continuar no governo”. A carta de Arruda foi lida no início da sessão que irá escolher o novo presidente da Casa legislativa.
“Hoje venho a esta Casa despido de amarras partidárias e pretensões políticas. Estou diante dos senhores como um administrador. Tenho apenas uma ambição, continuar meu governo e ser um administrador, um tocador de obras em tempo integral”, disse Arruda na carta.
O governador, que é apontado em inquérito do Ministério Público como o comandante de um suposto esquema de distribuição de propina a aliados, afirmou na mensagem que “toda crise” tem um fim e que pretende concluir as obras iniciadas em seu governo.
“Toda crise passa. O que diferencia é a escolha de cada um para enfrentá-la. Minha posição é clara. Meu compromisso é com o trabalho, com Brasília, com os brasilienses”. Arruda lembrou a decisão tomada por ele de se desfiliar do Democratas quando o escândalo de corrupção veio à tona. Na época, a própria Executiva do partido avaliava expulsar o governador.
“Optei por me desvencilhar de qualquer amarra política. Em meio às dificuldades que tenho vivido, procuro encontrar forças e fé para completar as obras que iniciamos e cumprir os compromissos que assumi com Brasília. Conto com a ajuda da minha família, amigos sinceros, técnicos e lideranças políticas que compreendem a importância de concluirmos os compromissos assumidos”, disse Arruda.
O governador terminou a mensagem citando um versículo bíblico. “Leio São Paulo todos os dias nas minhas orações para antever o dia que poderei dizer: 'combati o bom combate, terminei os meus dias e não perdi a minha fé'."
O escândalo de corrupção do governo do DF, conhecido como mensalão do DEM de Brasília, veio à tona em 27 de novembro de 2009, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora. No inquérito, Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina. A denúncia foi feita pelo ex-secretário de Relações Institucionais do DF, Durval Barbosa.
