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Domingo, 05 de maio de 2024

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Circuito Syngenta de Viola Instrumental chega ao Cine Teatro com sotaque pantaneiro

Causos da vida simples e do homem do campo, lembranças das folias, do cheiro de chuva e de mato, essências da cultura popular brasileira presentes na música de três grandes mestres da viola: Levi Ramiro, Daniel de Paula e João Ormond. O trio que se apresenta na noite desta sexta-feira (05), às 20h, no Cine Teatro Cuiabá, abre a temporada 2010 do Circuito Syngenta de Viola Instrumental com a promessa de um show descontraído com muitas histórias pitorescas envolvendo a música regionalista de raiz.

Causos da vida simples e do homem do campo, lembranças das folias, do cheiro de chuva e de mato, essências da cultura popular brasileira presentes na música de três grandes mestres da viola: Levi Ramiro, Daniel de Paula e João Ormond. O trio que se apresenta na noite desta sexta-feira (05), às 20h, no Cine Teatro Cuiabá, abre a temporada 2010 do Circuito Syngenta de Viola Instrumental com a promessa de um show descontraído com muitas histórias pitorescas envolvendo a música regionalista de raiz.


Sempre reunindo grandes nomes do gênero, a convite de Levi Ramiro, o Circuito Syngenta de Viola Instrumental abre a temporada 2010 em terras Cuiabanas. Para esta décima segunda edição, o mestre Levi promete alguns clássicos como Tristeza do Jeca (Angelino de Oliveira) e Malandrinho (Tião Carreiro), além de composições próprias, como Barroquinha, Sete Cores e Vaquejada. O show de música instrumental, nas palavras de Levi, promete ser uma verdadeira prosa de viola. “Falaremos sobre a história de algumas músicas e a ligação do artista com sua terra”, explica.

Os matogrossenses João Ormond e Daniel de Paula revelam em seus trabalhos a paisagem poético-musical do Mato Grosso-Brasil. Com composições que sintetizam o que há de mais fino na chamada música popular brasileira (MPB), Ormond arranjada no choro lírico da viola de pinho. O repertório inclui composições como Pagode Cuyaba, Rapsódia Pantaneira, Nas barrancas do Rio Paraguai, Jacareaçu e Tem Pacu no Balaio.

Participante das duas edições do Prêmio Syngenta de Viola Instrumental, em 2004 e 2005, Daniel de Paula é um dos protagonistas na difusão da “Viola de Cocho Pantaneira” e de toda a música regional do Mato Grosso. Sua música interage com vários estilos diferentes que formam o cenário musical matogrossense como o rasqueado, o chamamé, a polca paraguaia, a guarânia, o pericon e o siriri.

O Circuito é uma iniciativa da Syngenta que recebe apoio do Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet. A proposta é valorizar a música regionalista e a cultura da viola instrumental, difundindo suas vertentes e dando ao público a oportunidade de assistir a espetáculos que remetem à sua própria identidade. Em 2009 o Circuito passou por 11 cidades como Vitória (ES), Paulínia (SP), São Paulo (SP), Uberlândia (MG) Campo Grande (MS), Ribeirão Preto (SP), Piracicaba (SP), Londrina (PR), Toledo (PR), Sorriso (MT) e Passo Fundo (RS).

Quem são os três violeiros do espetáculo?

Levi Ramiro. Natural de Uru (SP), hoje residente em Pirajuí, o violeiro e artesão tem sua trajetória marcada inicialmente pelo violão que o acompanhou nas primeiras composições e nos primeiros festivais. A partir de 1995, adotou a viola como principal instrumento, absorvendo seu universo cultural que veio de encontro com suas raízes, motivo pelo qual ampliou sua produção musical, tanto na arte de tocar como na de fabricar o instrumento. Com base nos valores da cultura caipira e misturando elementos que formam nossa Música Brasileira, Levi Ramiro celebra em suas composições, a poesia e a simplicidade da vida interiorana. Vem apresentando-se desde 1997, em vários espaços culturais, divulgando também seu trabalho como artesão. Trabalhou como músico instrumentista na gravação de CDs: “Eu plural” (Tribo terra), “Vida de vaqueiro” (Geraldo do Norte), “Razão da raça rústica” (Matuto moderno), “Folias do Brasil” (Dércio Marques), entre outros. Ministrou várias oficinas de fabricação e toque de viola pelo Brasil. Em 2004, participou do primeiro grande Festival de Música Instrumental para Viola, promovido pela Syngenta e a Direção Cultura, ficando entre os 16 finalistas.

Daniel de Paula. Músico e arte educador mato-grossense. É graduado em Educação Artística com Habilitação em Música na UFMT e na mesma Universidade deu seqüência com a Especialização em Antropologia Cultural onde desenvolveu uma pesquisa sobre Viola de Cocho, intitulada “Da Nascente ao Rio Abaixo”. Aos doze anos de idade o músico tomou gosto pela música e desde então vem trilhando caminhos e deixando digitais que certamente podem nos levar a algumas indagações sobre as potencialidade deste instrumento assim como o próprio processo da originalidade da musicalidade mato-grossense. Como músico e participante de Festivais já se apresentou em vários Municípios e Estados brasileiros, tendo recebido em São Paulo o Premio Syngenta, nas duas versões do Festival de Música Instrumental para Violas, com duas musicas de sua autoria. Como músico, Daniel de Paula se apresenta com o suporte de músicos e compositores consagrados como, Diniz Brandão, Fidel Fiori e Guapo.

João Ormond. A obra de João Ormond expressa a rica e histórica encruzilhada etno-musical característica do velho Mato Grosso, de cerrados e pantanais, de negros, ameríndios e migrantes que interiorizaram o Brasil. A esta matriz somaram-se as contribuições da fronteira espanhola, por onde chegaram a polca paraguaia, o chamamé, a guarânia, o tango e a valsa. Essa mescla resultou na formação basal da musicalidade e da cultura mato-grossense, que recebeu, ainda, nas últimas décadas, levas e levas de brasileiros oriundos de diversas regiões do Brasil, trazendo em suas bagagens outros ingredientes culturais, músicas e ritmos que retocaram a sua face musical. A discografia de João Ormond tem como ponto de partida o CD Rio Abaixo, lançado em 1997, prenunciando uma trajetória musical cada vez mais definida e madura com o passar dos anos. Seu segundo disco, Capins e Riachos, desembocou, no fluxo dessa hidrografia musical, em Reduto de Violeiro, seu terceiro CD, vindo à luz no ano de 2001. Este trabalho foi indicado ao prêmio “CARAS” de Música -2001 na categoria melhor CD Regional, teve a música “Lá no Sertão” gravada pela Leci Brandão, e marca, definitivamente, sua intimidade com a viola caipira e um estilo que aparece em traços mais e mais expressivos. Seu último trabalho, o CD Viola Encantada, lançado em 2004, é um sólido cadinho onde se misturam e condensam iguarias da musicalidade e da poética características da cultura brasileira, além da participação especial de Pena Branca, e mais recentemente, julho/2008, o CD Muito Longe Rio Acima, o quinto de carreira, com participações de Paulo Simões e o trio matogrossense Henrique, Claudinho e Pescuma.



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