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Segunda-feira, 06 de maio de 2024

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Polícia Federal pede mais prazo para concluir investigações sobre esquema no DF

O delegado da Polícia Federal, Alfredo Junqueira, entregou nesta quarta-feira ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) o inquérito da Operação Caixa de Pandora, que investiga o suposto esquema de pagamento de propina que envolve o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido). No relatório, o delegado pediu um novo prazo para concluir as investigações.


Junqueira argumentou que a prorrogação é necessária para dar continuidade aos depoimentos dos envolvidos no esquema de corrupção. Ao analisar o material da Polícia Federal, o ministro do STJ, Fernando Gonçalves, responsável pelo inquérito, terá que dizer se aceita ou não a extensão das investigações e fixar o novo prazo. A expectativa é que a PF receba pelo menos mais 30 dias para trabalhar no caso.

Ex-secretários e ex-colaboradores do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), resistem em revelar detalhes à Polícia Federal sobre o suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina. Das 12 pessoas convocadas, apenas duas aceitaram colaborar com as investigações da operação.

A maioria dos depoentes, no entanto, tem permanecido em silêncio, como o ex-assessor de imprensa de Arruda, Omezio Pontes, apontado por Durval Barbosa --delator do esquema e ex-secretário de Relações Institucionais-- como um dos distribuidores da propina.

Outros investigados na operação que são ligados ao governador também evitam dar explicações. O ex-chefe da Casa Civil José Geraldo Maciel se reservou ao direito de permanecer calado.

A estratégia também foi adotada pelo policial aposentado Marcelo Toledo, acusado de ser arrecadador do esquema. Ele conseguiu um habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal) e permaneceu calado durante depoimento. Em um dos vídeos que fazem parte do inquérito, o policial aparece entregando dinheiro a Durval Barbosa e faz referência ao vice-governador Paulo Octávio.

Outra tática é adiar os depoimentos, como fizeram o empresário Helio de Oliveira, dono de uma empresa de informática investigada, e o ex-chefe de gabinete de Arruda, Fabio Simão.

A Polícia Federal só conseguiu ouvir a diretora comercial da Uni Repro, Nerci Soares, e outro depoente que não teve a identidade revelada. Nerci falou por mais de três horas, mas o delegado responsável não autorizou a divulgação do conteúdo.

A principal testemunha de Barbosa, o jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Edson Sombra, chegou a conversar com o delegado, mas solicitou o adiamento de seu depoimento.

Amigo de Durval Barbosa, Sombra argumentou que não estava "preparado" e que precisaria de mais 15 dias para dar explicações. "Eles [policiais] querem me ouvir profundamente. Eu disse que não estava preparado", afirmou.

Em conversa de quase uma hora com o delegado Alfredo Junqueira, Sombra alegou que ainda não teve conhecido profundo sobre o inquérito do STJ que investiga as denúncias de corrupção que envolvem o governador.

Segundo o jornalista, o inquérito representa uma peça delicada porque revive todo o sofrimento que Barbosa passou. Questionado sobre a situação do delator, ele afirmou que Barbosa está "tranquilo".

Depoimento do delator ao Ministério Público indica que o jornalista foi um dos principais incentivadores para que o esquema fosse denunciado. Sombra, ainda de acordo com o depoimento, recebeu cópia dos vídeos que mostram Arruda, secretários de governo, assessores, deputados distritais e empresários negociando suposta propina.

Ao todo, o inquérito do STJ envolve 36 pessoas, entre autoridades do governo local, deputados distritais e empresários. Segundo o inquérito, há indícios da prática dos crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa e passiva, fraude de licitação e crime eleitoral.
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