Em um discurso ácido e polêmico, o deputado Percival Muniz (PPS) rebateu as criticas do governador Blairo Maggi (PR) sobre a ‘pequenez’ do Partido Popular Socialista usando o próprio chefe do executivo como exemplo de que um pequeno pode eleger um candidato e exigiu respeito dos ‘grandes partidos’. Para ele, o sentimento de desespero está tomando conta dos adversários do movimento Mato Grosso Muito Mais, bloco formado pelo PPS, PDT, PSB, PV e PRTB.
Percival relembrou que as eleições ao governo do estado nas quais Maggi foi eleito (2002 e 2006), o atual republicano ainda compunha o quadro do PPS. O parlamentar ainda insinuou que tamanha era a rejeição dos grandes expoentes da política ao atual governador que ele era recusado nas grandes siglas.
“Ele (Maggi) precisou do pequeno para registrar sua candidatura. Os grandes não o queria”, ironizou Muniz, durante a sessão noturna da Assembléia legislativa (AL), nesta terça-feira (9). “Na época da eleição dele o PPS era pequeno também, menor do que hoje até”, completou, em tom de ironia.
O parlamentar ainda fez um paralelo entre o pré-candidato do PSB, Mauro Mendes, e Blairo sobre as divergências internas do partido em apoiá-lo ou não. “Lembro que Humberto Bosaipo (ex-DEM) defendia a candidatura de Antero Paes de Barros (PSDB)”, frisou o deputado. Na ocasião, Maggi era ‘apadrinhado’ politicamente pelo também ex-democrata já falecido senador Jonas Pinheiro.
Ainda ácido nas frases, Percival afirmou que o PR só é grande em decorrência do poder e que se o perder será pequeno também. “E eles não têm a história de luta e militância que o PPS tem”, disparou o parlamentar após lembrar que o próprio partido era grande antes da desfiliação de Blairo Maggi.
Desautorizado
Segundo Percival, o governador Blairo Maggi foi publicamente desautorizado pelo presidente regional do PR, deputado federal Wellington Fagundes, o qual repudiou a proposta que teria sido feita pelo chefe do executivo em unir Mauro Mendes ao vice-governador Silval Barbosa (PMDB) na eleição de 2010.
“Nós já discutimos, a proposta e a rechaçamos, de forma cortes, mas já rechaçamos. Agora ficou feio para ele (Blairo) que chamou dois candidatos e fez uma proposta. (...) No outro dia o Wellington disse que o Maggi não responde pelo PR, que quem responde é ele, o presidente”, disse Percival.
Recado
O deputado também aproveitou a situação e mandou um recado para os outros candidatos: “Cuidem das suas eleições que vamos cuidar da nossa. (...) Só vamos precisar do primeiro turno para o Mauro ser eleito”.
Segundo ele, quem ficar de fora da disputa do segundo turno irá apoiar o movimento Mato Grosso Muito Mais. “O outro lado vem conosco no segundo turno, porque não temos uma visão maniqueísta, estamos construindo ligações dom ambos os lados”, concluiu.
O motivo disso, segundo Percival, é que o projeto é ‘Mato Grosso Muito Mais’ e não ‘Mato Grosso Contra A, ou A Favor de B’. “Então, candidatos e outros partidos, queremos respeito”, finalizou.
