O senador Jayme Campos (DEM), em discurso proferido na tarde de hoje, denunciou a situação caótica do setor de saúde em Mato Grosso e propôs a realização de audiência entre a bancada federal de Mato Grosso e os integrantes da CPI da Saúde, instalada pela Assembléia Legislativa para apurar os graves problemas do segmento.

Segundo Campos, os indicadores da saúde são considerados “estarrecedores”. Os dados foram levantados pelos deputados estaduais mato-grossenses no processo de investigação do caos na área médico-hospitalar na região.

"Mato Grosso vive atualmente a maior crise na área da saúde de sua história", alertou o parlamentar democrata ressaltando ser preciso adotar medidas mitigadoras em caráter emergencial.

Jayme Campos lembrou que Mato Grosso é o maior produtor de soja do país, tem um rebanho bovino de mais de 25 milhões de cabeças e é um dos maiores produtores nacionais de algodão e milho, mas ainda tem 120 mil pacientes que esperam por atendimentos simples, como exames e consultas, até procedimentos de média e alta complexidade.

De um total de 120 mil "doentes", enfatiza o senador, 63 mil pacientes aguardam apenas por uma consulta. "Ou seja, padecem sem saber do que. Tombam sem ao menos saber de que mal sofrem", enfatiza.

De acordo com Jayme Campos, mais de 120 pacientes morreram nos últimos dois anos esperando serem atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no estado. O senador enumerou outros dados da CPI: 1.500 pessoas aguardam cirurgia ortopédica; 500 esperam operação cardíaca; 300 por cirurgia neurológica; 13 mil pacientes aguardam uma ultrassonografia; cinco mil esperam por uma simples radiografia, e oito mil estão na fila por uma ressonância magnética.

"É espantoso que o governo estadual assista, passivamente, a esse flagelo sem esboçar nenhuma reação. Algumas providências precisam ser adotadas. Não podemos aceitar que nossa gente morra à míngua por falta de cuidados elementares", concluiu.