Luiz Felipe Scolari dividiu na terça-feira com a crise financeira internacionais as principais manchetes dos jornais ingleses.

E não faltaram críticas ao treinador, demitido pelo Chelsea só sete meses depois de assumir o clube --no qual esteve ontem pela manhã e acertou sua rescisão, estimada em R$ 25 milhões.

O treinador brasileiro teve seus métodos de trabalho reprovados pela mídia local.

Para o "The Independent", havia 'preocupações crescentes com as ideias táticas e métodos de treinamento' de Scolari. Segundo o "Daily Mail", os métodos do pentacampeão mundial com a seleção brasileira eram "unidimensionais".

O 'Daily Telegraph' chegou a ironizar a forma como o treinador montou a defesa do clube. Em seu site, o mesmo jornal trouxe declarações do preparador de goleiros Christophe Lollichon, um dos membros da comissão técnica com quem Scolari não tinha um bom relacionamento, que reforçaram a tese inglesa de criticar a forma de o brasileiro trabalhar.

"Os jogadores não tinham reação. Talvez a direção do time não funcionasse. Havia preocupações sobre a preparação dos atletas", disse Lollichon, que ainda soltou outras farpas contra o treinador. "Eu só espero que o próximo técnico venha trabalhar aqui de uma forma inteligente".

Também não faltaram notícias sobre traições. Segundo o 'The Sun', foram três os "traidores" que derrubaram Scolari: o atacante Drogba, o alemão Ballack e o goleiro Petr Cech.

A imprensa confirma que Scolari se fiava no apoio de Peter Kenyon, diretor-executivo do Chelsea, que está de férias.

Mas as críticas não foram só para Scolari. O bilionário russo Roman Abramovich, dono do Chelsea, foi duramente atacado por sua falta de paciência com os treinadores da equipe.

Para um colunista do "The Independent", não existe organização no Chelsea, e sim só o "dinheiro de Abramovich". Para James Lawton, Scolari foi mais uma vítima da falta de planejamento do clube londrino e de seu proprietário milionário.

Os jornais ingleses também destacam que Scolari chegou com a promessa de que teria dinheiro para fazer contratações importantes, como a de Robinho --que acabou no Manchester City--, mas que depois teve seus pedidos negados por Abramovich, que viu sua fortuna diminuir com perdas causadas pela crise financeira.