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Quinta-feira, 23 de maio de 2024

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BRAÇO DIREITO DE WT

Defesa alega vida sem luxo e crítica máxima do "prender para depois investigar" em pedido de liberdade para alvo de operação

Foto: Reprodução

Defesa alega vida sem luxo e crítica máxima do
A defesa de Michael Richard Silva Almeida, atualmente detido na Penitenciária Central do Estado (PCE), está pedindo a revogação da sua prisão preventiva, argumentando que ele apenas emprestou sua conta para Paulo Witer Farias, o WT, apontado pela polícia como o tesoureiro do Comando Vermelho em Mato Grosso. No habeas corpus ajuizado em 10 de maio, o advogado de Michael sustentou quea prisão do seu cliente ocorreu prevalecendo a máxima, inconstitucional, do “prender para depois investigar”.


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Michael, alvo da Operação Apito Final, é apontado pela Polícia Civil como uma das principais fontes de renda da organização criminosa liderada por WT. De acordo com a investigação, ele é um dos “braços fortes” do líder criminoso.

Segundo informações da decisão que autorizou a ação policial, Michael é primo de Emerson Ferreira Lima, irmão de Andrew Nickolas, e um dos principais comparsas de WT. Ele também é acusado de ser o responsável por recolher os valores nos pontos de venda de drogas. “Segundo consta, é uma das principais fontes de renda da organização criminosa”, diz trecho da decisão.
 
As investigações apontaram que Michael não possui vínculo empregatício, tampouco capacidade econômica lícita, e, ainda assim, ele teria realizado transações financeiras com outros alvos das investigações que totalizaram, no período do afastamento do sigilo bancário (2020 e 2022), a quantia de pouco mais de R$ 321 mil em crédito e pouco mais de R$ 326 mil em débito.
 
Os investigadores explicaram que a participação de Michael na ocultação do patrimônio sob o comando de WT é revelada, por exemplo, na compra de um veículo Toyota Corolla pelo valor de R$ 180 mil.
 
Conforme as diligências, a compra do veículo ocorreu via transferências realizadas por Renan Freire Borman (R$ 105.000,00), Andrew Nickolas Marques dos Santos (R$ 40.000,00) e Michael (R$ 35.000,00) muito embora a propriedade fática do automóvel seja de WT. Todos citados nessa reportagem foram alvo da ação policial.

Após a Justiça manter a prisão de Michael, sua defesa ajuizou habeas corpus pedindo a revogação. Os principais argumentos apontam que a polícia não encontrou drogas em sua posse, que não enriqueceu com os crimes praticados e que sua ligação com WT se limita ao empréstimo da conta para movimentar os R$35 mil.

Para a defesa, a prisão de Michael ocorreu prevalecendo a máxima, que seria inconstitucional, do “prender para depois investigar”. “Ademais, em nenhum momento foi mencionado na representação policial ou na decisão combatida que o investigado possui estilo de vida luxuoso e que esteja “lucrando” com o crime”, sustentou ao desembargador Paulo da Cunha, da Primeira Câmara Criminal, que ainda não proferiu decisão sobre o pedido.

A Operação Apito Final, deflagrada o começo de abril, iniciou após investigação na movimentação bancária de WT, apontado como líder contábil do CV em MT. Foi constatado que o grupo liderado por ele lavou milhões de reais provenientes do tráfico de drogas.

Time de futebol amador, empresas e supermercados de fachada, casa de luxo, veículos de alto padrão, viagens em praias e hotéis luxuosos faziam parte das “estratégias” usadas pelos faccionados para lavar quantidades milionárias, como forma de furtar as autoridades da verdadeira origem dos recursos: a venda ilegal de drogas.
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