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OPERAÇÃO SODOMA 2

Ação da Sodoma 2 é "armadilha" e organização criminosa nunca existiu, diz advogado de Chico Lima

10 Ago 2016 - 09:30

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

João Cunha, à frente, e Chico Lima atrás

João Cunha, à frente, e Chico Lima atrás

Ao sair da audiência, na tarde desta terça-feira (09), no Fórum da Capital, o advogado João Cunha, que defende o procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (vulgo “Chico Lima”), criticou a ação penal da “Sodoma 2”, que se iniciou na ocasião com as testemunhas dos delatores Filinto Muller e Frederico Muller Coutinho. Para João Cunha, entretanto, o Ministério Público Estadual (MPE), que esteve representada pela promotora Ana Cristina Bardusco, tenta produzir uma “armadilha” à juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Arruda. Ainda defendeu a tese de que nunca existiu organização criminosa nos fatos desbaratados na segunda fase das investigações.


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“Porque eu disse que o processo é uma armadilha? Porque na verdade querem configurar uma organização criminosa que nunca existiu. Esse fato que é atribuído à Pedro Nadaf e Francisco Lima não tem nada a ver com os fatos de César Zílio, Pedro Elias e Rodrigo Barbosa e de qualquer outro. Essa organização criminosa dita nunca existiu e a armadilha começa a ser desmontada aqui mesmo. Porque nenhum participou do negócio que é discutido aqui, que é o negócio já discutido na ‘Sodoma 1’, para o qual não há provas contundentes, e o envolvimento destes demais réus é na verdade apenas uma tentativa de juntar o que não é possível juntar. É como se estivéssemos aqui a imaginar que água e óleo pudessem caminhar juntas, misturadas, homogeneamente, é isso”, declarou o advogado João Cunha.

A defesa de “Chico Lima” ainda explicou porque não acredita que exista organização criminosa envolvendo os fatos revelados pela “Operação Sodoma 2”. “Não há motivo para acreditar que participe de uma organização criminosa ou que organização criminosa exista envolvendo, efetivamente, estas personalidades. Porque não basta ter feito um negócio, é preciso ter um caráter de estabilidade e permanência nas organizações criminosas, é isso que não existe aqui. Por isso este processo é uma armadilha”.

Ao final, tornou a criticar a audiência realizada nesta terça-feira (09) e defendeu a inocência de seu cliente. “Nós hoje ouvimos testemunhas que já depuseram na ação penal da ‘Sodoma 1’, os fatos são os mesmos, é chover no molhado, é o chamado Déjà vu, estamos repetindo coisas aqui de provas que não existem. Hoje tivemos oportunidade de ouvir das pessoas que aqui prestaram suas declarações que nenhum grupo destes que estavam sendo chefiados por César Zílio, dito, chefiados por Rodrigo Barbosa, ou Pedro Elias, Riva ou qualquer outro, nenhum destes grupos participou destes fatos da ‘Operação Sodoma’, muito menos Francisco Gomes de Andrade Lima Filho”, encerra.

A "Operação Sodoma 2" apura conduta dos membros da organização criminosa na utilização de recursos provenientes do pagamento de propina e lavagem de dinheiro. Os trabalhos são desdobramentos das investigações relacionadas à concessão fraudulenta de incentivos fiscais do Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Prodeic).

Investigações apontaram que parte dos cheques repassados como pagamento de propina a servidores públicos foram utilizados para aquisição de um imóvel localizado na Avenida Beira Rio, bairro Grande Terceiro, em Cuiabá, por R$ 13 milhões.
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