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OPERAÇÃO SEVEN

Organização Criminosa liderada por Silval se instalou no Executivo para infectar administração, denuncia Gaeco

12 Fev 2016 - 14:25

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Organização Criminosa liderada por Silval se instalou no Executivo para infectar administração, denuncia Gaeco
O ex-governador, Silval Barbosa, o ex-secretário chefe da Casa Civil e de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf e o procurador aposentado, Francisco de Andrade Lima Filho (Chico Lima) constituíram uma “organização criminosa [que] instalou-se na cúpula do Poder Executivo Estadual” e que “infectava a Administração Estadual”, é o que afirma o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO), do Ministério Público Estadual (MPE), em sua mais recente denuncia. Trata-se das primeiras conseqüências legais da “Operação Seven”, que investiga fraudes no Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) e cujos danos aos cofres públicos ultrapassariam R$ 7 milhões.

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Confirmando a tese de que o “Estado foi saqueado em tempo recorde” e “no apagar das luzes”, o GAECO aponta que decretos eram assinados “Imediatamente”, assim que chegados à mesa de Pedro Nadaf e Silval Barbosa. Além disso, “Houve uma sequência relâmpago de atos, em velocidade totalmente incompatível com a ordinária morosidade típica do modelo burocrático de administração utilizado pela Administração Pública”.

O Gaeco conclui, ao apresentar provas das denuncias já apresentadas, e já explicadas pelo Olhar Direto, que todos os membros de liderança do esquema, estavam “previamente ajustados, agindo voluntariamente, com total conhecimento da soma de esforços para a prática delituosa, tendo domínio funcional do fato, ordenaram despesa não autorizada por lei”.

Outros nomes:

A denuncia envolve ainda outros sete nomes: o ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Afonso Dalberto, o ex-secretário de Planejamento, Arnaldo Alves de Souza Neto e o ex-secretário Adjunto de Mudanças Climáticas e ex-secretário de Planejamento, Wilson Gambogi Pinheiro Taques. Além deles, entre os de menor participação, figuram: Francisval Akerley da Costa, Cláudio Takayuki Shida, José de Jesus Nunes Cordeiro e Filinto Corrêa da Costa.

Testemunhas:

Para o rol de testemunhas, o GAECO apontou: Davi Ferreira Botelho, Auditor do Estado de Mato Grosso, Pierré Monteiro da Silva, Auditor do Estado de Mato Grosso, José Alves Pereira Filho, Superintendente de Auditoria de Contabilidade, Financeiro e Patrimônio, Alexandre Milaré Batistella, Coordenador de Unidades de Conservação, Celso de Arruda Souza, Gerente Regional do Mona Morro Santo Antônio, Ronaldo de Sant'Anna Ferreira Gomes, Técnico em Agrimensura, José Esteves Lacerda Filho, Advogado, Wagner de Bitencourt Serra, servidor público.

Operação Seven:


As investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), do Ministério Público Estadual (MPE), apontaram que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e seus ex-secretários “saquearam” o Estado em tempo recorde. O documento aponta que tudo foi feito de forma célere e “no apagar das luzes” do mandato do ex-chefe do Executivo. Mandados de prisão contra Silval e Pedro Nadaf foram cumpridos.

Segundo o Gaeco, os envolvidos, no que é chamado de “negociata”, teriam desviado do erário público a quantia de R$ 7.000.000,00 quando providenciaram a simulação de compra, por parte do Estado de Mato Grosso, de uma área rural com extensão de 727,9314 hectares, que já havia sido adquirida pelo Estado anteriormente.

Com base nas informações e nos levantamentos, o MPE conclui que: “Esses elementos trazem a triste constatação de que o Estado de Mato Grosso foi mais uma vez saqueado”. Silval é visto como o ‘chefe’ do esquema, enquanto que Pedro Nadaf seria o braço direito do ex-governador. "O Ministério Público logrou, ainda, apontar com precisão para a existência de uma fortíssima organização criminosa, instalada no Governo do Estado de Mato Grosso, chefiada pelo então Governador Silval da Cunha Barbosa".
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