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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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SODOMA 2

Zílio teria usado arquiteto como "laranja" de R$ 13 milhões alegando que queria construir shopping

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Zílio teria usado arquiteto como
O ex-secretário de Administração de Mato Grosso, César Zílio, teria convencido o arquiteto José Costa Marques a atuar como "laranja" na transação de compra de um terreno próximo à casa de shows Musiva, em Cuiabá, após afirmar que pretendia construir um Shopping Popular com 700 salas no local. As informação constam no documento que decretou a prisão do ex-membro do Executivo, durante a segunda fase da Operação Sodoma.

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Conforme os autos, a área foi paga com propina valorada em R$ 13 milhões, montante arrecadado de empresas que possuíam vínculos com o Estado. O dono da área comprada seria André Maggi, filho do senador Blairo Maggi. Para que o arquiteto transferisse o bem para o próprio nome, Zílio teria agido demonstrando interesse em investimentos imobiliários. Após conclusa a transação, nenhum passo, porém, foi dado para solidificar a ideia do shopping.

Colaborações de Marques à polícia embasaram o pedido do Ministério Público para que Zílio fosse preso na última sexta-feira (11), em desdobramento da Operação Sodoma. "[...] o depoimento de José da Costa Marques, obtido perante a autoridade policial, no qual o mesmo teria esclarecido que é arquiteto e que nesta condição foi procurado por CESAR ROBERTO ZÍLIO, que lhe disse interessado em proceder investimento na área de corporações imobiliárias, optando, finalmente, pela construção de um shopping popular com 700 salas de aluguel".

O laranja


Conforme o MPE, o arquiteto José Costa Marques foi procurado pelo ex-secretário, que lhe disse interessado em investir em corporações imobiliárias. Assim, buscando sigilo comercial, Zílio propôs que o arquiteto figurasse como comprador de uma área, requerimento prontamente atendido.

Segundo o órgão ministerial, após a lavratura do contrato entre José da Costa Marques e os vendedores do terreno, foi elaborado um contrato de gaveta com Antelmo Zílio, pai de César Zílio, tudo visando garantir o direito do imóvel.

A aquisição do terreno se deu no dia 18 de junho de 2012. O pagamento ajustado em quatro parcelas: R$ 3.000.000,00 pagos em dinheiro, no ato da assinatura do contrato, R$ 1.134.400,24 com vencimento em 02/07/2012, R$ 4.344.399,00 com vencimento em 180 dias após a primeira parcela e R$4.344.399,00 com vencimento em até 360 dias após o vencimento da 2ª. Parcela.

Sodoma

A operação Sodoma foi deflagrada em 15 de setembro de 2015 e levou à cadeia o ex-governador Silval Barbosa e os ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel de Cursi, respectivamente Casa Civil e Fazenda, todos por um esquema de extorsão e cobrança de propina contra um empresário. Já na segunda Fase da Sodoma, Zílio é apontado como o grande líder de um combinado para ocultar a origem ilícita de valores desviados do Estado.

Os referidos valores seriam fruto de propina das empresas: Consignum, Editora de Liz Ltda ME, EGP da Silva ME, Webtech Softwares e Serviços Ltda EPP, pessoas jurídicas que mantinham contratos de prestação de serviços firmados com o Estado.

Assim, o MPE afirma que a aquisição do imóvel, por R$ 13 milhões, próxima à Musiva, visou apenas ocultar a origem ilícita do dinheiro utilizado pela organização.

Relacionamento antigo

Dados levantados pelo Ministério público concluem que o relacionamento entre Marques e Zílio é antigo. O arquiteto teria projetado, em 2011, a mansão do ex-secretário, no condomínio Florais dos Lagos, em Cuiabá. Na ocasião, materiais de construção foram, em tese, pagos com cheques da Consignum. A empresa já mantinha contrato de prestação de serviços com o Estado.


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