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POR CONTA DO FILHO

Desembargador se declara suspeito de julgar recurso de Roseli Barbosa

12 Jul 2016 - 08:58

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Desembargador se declara suspeito de julgar recurso de Roseli Barbosa
O desembargador da Segunda Câmara Criminal, Rondon Bassil Dower Filho, declarou-se impedido de julgar o recurso de exceção de suspeição da magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal. O recurso foi protocolizado pelo ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, Silvio Cézar Correa Araújo e interposto por Roseli de Fátima Barbosa, esposa do ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa. O  desembargador é pai de um dos advogados que assinam os recursos. A decisão foi incluída aos autos do recurso no dia 20 do último mês.


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De acordo com o desembargador Rondon Bassil, o impedimento se dá pois o recurso é assinado pelo seu filho, o advogado Leonardo Moro Bassil Dower, que defende Silvio Cézar Correa Araújo nos processos oriundos da “Operação Sodoma”. Assim, “declaro minha suspeição por motivo de foro íntimo, para este julgamento”, proferiu o magistrado.

Também por conta da atuação jurídica de seu filho que Rondon Bassil declarou-se impedido de julgar a suspeição da magistrada quando solicitado pela defesa de Silval Barbosa. Pedido que foi estendido para todo e qualquer recurso referente à “Operação Sodoma”. Assim, o relator dos recursos, Alberto Ferreira de Souza nomeou o desembargador Jorge Luiz Tadeu Rodrigues para ocupar a função de Segundo Vogal.

Roseli Barbosa:

Roseli Barbosa foi presa no dia 20 de agosto durante um desdobramento da "Operação Arqueiro", a "Operação Ouro de Tolo". Na ocasião ela estava em São Paulo e foi trazida por policiais do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) até Cuiabá.

A ex-primeira dama estava a frente da Secretaria Estadual de Trabalho e Assistência Social (Setas) e é acusada de liderar um esquema de corrupção com outras 32 pessoas de corrupção que lesou os cofres públicos em mais de R$ 8 milhões, apesar de poder chegar a R$ 20 milhões, através de “contratos de fachada”.

O empresário Paulo César Lemes, delator do esquema, teria forjado a criação de institutos sem fins lucrativos para firmar acordos “de fachada” com a administração pública sem necessidade de licitação. No caso, as empresas Microlins e o Instituto de Desenvolvimento Humano de Mato Grosso (IDH/MT) foram contratadas para executar programas sociais cuja qualidade é questionada pelos investigadores.

Hoje, Roseli está solta e responde em cinco ações penais encabeçadas pela magistrada Selma Rosane Arruda.

Operação Sodoma:

Os fatos levantados pela Operação apontam que Silval Barbosa, no posto de líder de uma organização criminosa, moldou o Poder Executivo para que agentes públicos praticassem crimes de concussão, fraude a licitação, corrupção passiva, fraude processual, lavagem de dinheiro e extorsão.

Além do ex-governador, foram denunciados pela Sodoma: o ex-prefeito de Várzea Grande, Wallace dos Santos Guimarães; os ex-secretários de Estado, Marcel de Cursi, Pedro Jamil Nadaf, José Jesus Nunes Cordeiro, César Roberto Zílio e Pedro Elias Domingues; o filho do ex-governador, Rodrigo da Cunha Barbosa; o ex-deputado estadual José Geraldo Riva; Silvio Cezar Correa Araújo, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, Karla Cecília de Oliveira, Tiago Vieira de Souza, Fábio Drumond Formiga, Bruno Sampaio Saldanha, Antonio Roni de Liz e Evandro Gustavo Pontes da Silva.
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