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OPERAÇÃO SODOMA 2

Perícia nega sinais de arrombamento do armário de Pedro Elias, garante defesa de filho de Silval

30 Ago 2016 - 10:35

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Rodrigo Barbosa

Rodrigo Barbosa

Perícia técnica juntada aos autos nesta segunda-feira (29) nega haver sinais de arrombamento no armário do réu e ex-secretário de Administração, Pedro Elias. É o que garante o advogado Bruno Alegria, que defende o médico Rodrigo Barbosa, filho do ex-governador. Rodrigo foi apontado como responsável pelo arrombamento do móvel, o que ensejou sua prisão preventiva, revogada com pagamento milionário de fiança. Réu na “Operação Sodoma 2”, o filho de Silval era vizinho de Pedro Elias, à época morador do edifício Rio Siena, no bairro Popular.

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A novidade foi levada a público após a audiência que interrogou o ex-chefe da Casa Civil, Pedro Jamil Nadaf. Para Bruno Alegria, a perícia nega a responsabilidade de Rodrigo Barbosa no arrombamento e põe o caso, novamente, envolto de mistério. “Tivemos a notícia agora (através) de uma perícia feita, encaminhada pelos delegados”, declarou o advogado, que conclui. “Não há como confirmar se houve arrombamento no armário. Não há qualquer impressão digital”.

A audiência também ouviu o ex-secretário de Administração, Pedro Elias, que em certo momento chorou ao dizer que jamais teria ventilado ao Ministério Público Estadual (MPE) a hipótese de que fosse o filho de Silval o responsável pelo crime.  

“Ele alegou hoje em audiência que em momento algum teria acusado o Rodrigo do arrombamento e do furto. Na verdade vimos que a delegacia e o MPE usaram esse argumento na prisão, fizeram crer na suposição de que ele teria sido responsável por este suposto arrombamento”, lembra o Bruno Alegria, entretanto.

Questionado se em algum momento Pedro Elias induziu ou afirmou mentirosamente fatos sobre Rodrigo, o advogado não arrisca. “Não posso dizer que (Pedro Elias) mentiu, mas posso dizer que tudo leva a crer que não houve arrombamento. Isso se tornou um mistério agora. Hoje ele declarou de forma convicta que só quem tinha a chave deste móvel era ele e a tia dele. Também declarou, ao contrário do que se especulava, que Rodrigo não sabia que ele guardava documentos lá dentro. Portanto, se alguém sumiu com estes documentos, ele deve saber quem foi”.

Rodrigo foi preso depois da delação premiada de Pedro Elias, para Delegacia Fazendária. As investigações da segunda fase da Sodoma revelam que Rodrigo Barbosa recebeu propina de 80% dos lucros do empresário Júlio Minori Tisuji, dono da empresa Web Tech Softwares e Serviços Ltda, que tinha contrato com o Estado.

O ex-secretário contou, em seu interrogatório, que recebeu propina do empresário em três oportunidades durante os anos de 2013 e 2014. Os valores foram pagos em parcelas, a primeira de R$ 180 mil, a segunda de R$ 170 mil, e a terceira de R$ 160 mil.

O ex-secretário disse que ficava com 15% do valor da propina de Rodrigo.
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