Olhar Jurídico

Sexta-feira, 14 de junho de 2024

Notícias | Criminal

Fevereiro de 2017

Exame de sanidade em filho de sócio de shopping será feito seis meses após pedido

22 Set 2016 - 09:44

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto/Reprodução

Hélio Pereira Cardoso Neto

Hélio Pereira Cardoso Neto

Foi agendado para fevereiro de 2017 o exame psiquiátrico da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) que atestará, ou não, a insanidade mental alegada pela defesa de Hélio Pereira Cardoso Neto, de 37 anos, filho de um dos sócios do Shopping Três Américas. Ele é acusado de agredir e manter a esposa, identificada como M.C.M.S., de 23 anos, em cárcere privado por quase dois anos. Questionado por Olhar Jurídico sobre a distância da data agendada para o exame, a Politec esclarece que existe um alta demanda de pedidos.


De acordo com as investigações, M.C. seria agredida com socos na cabeça, só podia fazer necessidades fisiológicas na presença do marido e quando saia, tinha de manter a cabeça baixa.

Leia mais:
Justiça nega perícia em lista que demonstrou presença de Permínio em “cartel” e marca audiências; confira testemunhas e datas

A autorização para exame foi concedida pela magistrada Ana Cristina Mendes, da Primeira Vara Especial da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, no dia 19 de agosto e atende pleito da defesa do acusado pela instauração de Incidente de Insanidade Mental, relatando ser o indiciado portador, em tese, de patologia psiquiátrica denominada Transtorno de Personalidade Paranóide.

Enquanto aguarda realização do exame, a juíza determinou a suspensão da ação penal em que Hélio Neto figura como réu. A decisão vai ao encontro do parecer do Ministério Público Estadual (MPE).

Demora:

Questionada por Olhar Jurídico, na manhã desta quinta-feira (22), a Politec esclarece que a distância entre a data agendada e da determinação judicial, seis meses, se dá por conta dos inúmeros exames já agendados, estima o órgão que são 262, somado a um efetivo reduzido.

O caso:

A jovem vítima relatou em depoimento prestado perante à Delegacia Especializada de Defesa da Mulher no dia 18 de abril desde ano que ficou em cárcere privado durante quase dois anos e só foi liberada após mandado de prisão e de busca e apreensão ter sido decretado pela justiça contra o marido. Ela era mantida dentro da residência do casal, no Centro Sul de Cuiabá. O imóvel era cercado por muros altos e cercas elétricas.

A família da vítima só ficou sabendo das agressões e do cárcere no início deste ano, depois que a jovem conseguiu entregar cartas para a mãe denunciando a situação. Em um dos bilhetes, ao qual o Olhar Direto teve acesso, ela dizia: "Não tenho liberdade para nada, fazer uma compra, nada. Isso é uma prisão". Até a bíblia de M. ele teria queimado para que ela não rezasse. Em um trecho de outra carta, ela escrevia de forma desesperada: "Mãe, pelo amor de Deus, me ajuda".
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet