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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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SODOMA 4

Empresário Alan Malouf teria lavado dinheiro desviado; buffet cita compromisso e quer esclarecimento de fatos

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Empresário Alan Malouf teria lavado dinheiro desviado; buffet cita compromisso e quer esclarecimento de fatos
O empresário Alan Malouf, um dos nomes citados na quarta fase da Operação Sodoma, teria lavado parte do dinheiro desviado na desapropriação do bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá. Conforme representação da Polícia Civil ratificada pelo Ministério Público, o ex-secretário de Casa Civil, Pedro Nadaf, e o ex-secretário de Planejamento, Arnaldo Alves de Souza Neto, entregaram valores que eram aplicados nas empresas de Malouf, retornando com lucro de 1% ao mês.

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As informações constam na representação entregue a magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal. O documento gerou a quarta fase da Operação Sodoma, com prisões preventivas, conduções coercitivas e buscas por provas.

Ainda conforme a representação, Arnaldo Alves recebeu cerca de R$ 607 mil, por meio de cheques. Todo o valor teria sido repassado a Alan Malouf. O ex-secretário de planejamento foi, segundo a Polícia Civil, o responsável por introduzir o empresário no esquema.

Mesmo com as considerações juntadas aos autos, a prisão preventiva pedida pelo MPE não foi decretada contra Malouf. O empresário foi apenas conduzido coercitivamente para prestar depoimento.

Para determinar a ida a Delegacia Fazendária, Selma Rosane Arruda afirmou, durante decisão, que o empresário “[...] foi o operador de parte da propina recebida pela organização”. A magistrada seguiu afirmando que: “há fortes indícios de que tinha conhecimento da origem dos recursos que aplicou. Também é detentor de informações valiosas à investigação e deve ser ouvido separadamente, ainda que devidamente acompanhado de advogado, de modo que nenhuma interferência até mesmo de membros da organização possa prejudicar a descoberta da verdade”.

Para dar segurança ao andamento processual, a juíza da Sétima Vara decretou as seguintes medidas cautelares: Comparecimento mensal em Juízo; Proibição de ausentar-se da comarca; Proibição de manter contato com os demais acusados, colaboradores ou testemunhas; Proibição de frequentar os órgãos públicos estaduais em Mato Grosso; Imediata entrega dos passaportes em Juízo.

Sodoma 4

Conforme exposto pela Polícia e o MPE, as diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, na capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador Silval da Cunha Barbosa.

Ficou comprovado na investigação, conforme o órgão ministerial, que, além de Silval Barbosa, participaram da fraude Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretario de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretario de planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso, Filinto Muller, e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.

De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, metade, ou seja, R$ 15.857.000,00 retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller em prol do grupo criminoso.

De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado no montante de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) pertencia a Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso Pedro Nadaf, Marcel De Cursi, Arnaldo Alves de Souza Neto, Afonso Dalberto e Chico Lima.

Silval usou o valor para saldar uma dívida com Piran. Conforme os autos, uma reunião na sala de Chico Lima, no Palácio Paiaguás, deliberou que a responsabilidade de passar o dinheiro referente à parte que cabia a Marcel de Cursi era de Pedro Nadaf; a responsabilidade de passar o calor cabível a Arnaldo Alves de Souza Neto e Afonso Dalberto era de Chico Lima e que a parte de Silval Seria destinada diretamente a Valdir Piran.

O caso e prisões

A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz) foi a responsável por desencadear a 4ª fase da Operação Sodoma, investigando crimes de corrupção praticados por uma organização criminosa no Estado de Mato Grosso.

O ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, que está preso no Centro de Custódia de Cuiabá, teve novamente uma prisão preventiva cumprida, além de Marcel De Cursi, Arnaldo Alves, Silvio César Correia Araújo e Valdir Piran.

Para prestarem interrogatórios, foram conduzidos coercitivamente Valdir Piran Junior, Eronir Alexandre, Marcelo Malouf, José Mikael Malouf, Willian Soares Teixeira, além do cumprimento de buscas e apreensão em residências e empresas dos investigados.

Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, procurador de Estado aposentado, foi preso por mandado de prisão preventiva no Rio de Janeiro (RJ), por policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).

Os investigados Valdir Piran e Arnaldo Alves tiveram os mandados de prisão cumpridos em Brasília, com apoio da Polínter do Distrito Federal.

Toda a operação conta cotou suporte da Secretaria de Estado de Segurança (Sesp) de Mato Grosso, da Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, e da Polínter de Brasília. Para a operação foram mobilizados cem policiais civis (delegados, investigadores e escrivães lotados na Defaz, Deddica, GCCO, GOE, Dema, DRE).


Nota

Por meio de nota, o buffet Leila Malouf, um dos empreendimentos dos quais Alan é sócio, encaminhou nota à imprensa onde reitera compromisso e destaca seriedade no trabalho desenvolvido. Cita ainda que está à disposição para esclarecimentos. 

Veja a íntegra da nota:

"O Buffet Leila Malouf vem, respeitosamente, esclarecer as notícias que vem circulando sobre a operação “Sodoma”, envolvendo o nome de um dos representantes da empresa.

Há 23 anos no mercado, o Buffet Leila Malouf, empresa genuinamente cuiabana, sempre teve como premissas valores como: trabalho, seriedade e respeito por seus clientes, fornecedores e funcionários. Nessas mais de duas décadas de trajetória, a empresa se consolidou no mercado como uma referência de excelência e qualidade nos serviços prestados, atendendo, em sua grande maioria, aos clientes privados.

É de total interesse da empresa que os fatos sejam esclarecidos e, para isso, está à disposição para prestar todas as informações necessárias.

O Buffet Leila Malouf aproveita a oportunidade para agradecer as manifestações de apoio e ressalta, para toda sociedade, que continua trabalhando com a seriedade que sempre fez parte dos princípios da empresa".
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