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Sexta-feira, 14 de junho de 2024

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Candidata em Cuiabá denuncia o próprio partido por ser usada como “laranja” na eleição

Candidata em Cuiabá denuncia o próprio partido por ser usada como “laranja” na eleição
Uma candidata a vereadora denunciou o próprio partido à Justiça Eleitoral. Ela alega que descobriu que está sendo usada como “laranja” e sua candidatura representa somente um número para atingir a cota de mulheres exigida pela Justiça Eleitoral.


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A candidata em questão disputa uma vaga na Câmara Municipal de Cuiabá. Izabel Pereira Gama (PHS) protocolizou junto à Ouvidoria Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral nesta terça-feira (27) denúncia contra sua própria legenda. A candidata também registrou um Boletim de Ocorrências na Polícia Judiciária Civil, no qual aponta uma lista de testemunhas que presenciaram sua discussão com o presidente da legenda.

Izabel conta que descobriu que estava sendo usada quando foi cobrar estrutura do partido. "Quando cobrei do presidente do partido que eu não tinha um único santinho para a minha campanha, que não tinha recebido nenhum tipo de apoio do partido, ele disse: 'Vou te falar a verdade. Você quer saber uma coisa? Vocês duas [ela e uma candidata chamada Vilma] só estão aqui porque estava faltando nomes para cumprir a cota de candidaturas de mulheres'", relatou a candidata, em seu depoimento na Ouvidoria Eleitoral.

A candidata contou, de acordo com a assessoria de imprensa do TRE, que adquiriu coragem para fazer a denúncia após assistir a uma entrevista na televisão, concedida pela desembargadora Maria Helena Póvoas, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso.

"Eu já estava me sentindo humilhada pelo partido, por ter sido usada daquela forma. Aí eu vi uma entrevista da presidente do TRE dizendo para as mulheres não deixarem que os partidos usem seus nomes como 'laranja'. Então eu resolvi procurar a Justiça Eleitoral", disse.

A desembargadora Maria Helena Póvoas lamentou o ocorrido e conclamou outras mulheres a também procurem a Justiça Eleitoral para denunciar fatos como este. "Infelizmente esta é uma realidade em nosso país. Muitos partidos políticos usam os nomes das mulheres apenas para cumprir a cota de gênero e depois as abandonam no meio do caminho. Muitas delas são prejudicadas pelo resto de suas vidas, porque deixam de prestar contas à Justiça Eleitoral. Os partidos não orientam que, mesmo que esta candidata não tenha feito campanha, mesmo que não tenha gasto um único centavo sequer, ainda assim ela deve prestar contas à Justiça Eleitoral, sob pena de nunca mais poder se candidatar e de outras sanções em sua vida civil. A Ouvidoria Eleitoral está à disposição para receber estas denúncias e encaminhar ao Ministério Público e aos juízes eleitorais, para as providências cabíveis".
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