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Terça-feira, 28 de maio de 2024

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SODOMA

Extorsão de jornalistas teria amedrontado empresário e “derrubado” suposto esquema de Silval

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Extorsão de jornalistas teria amedrontado empresário e “derrubado” suposto esquema de Silval
O Grupo Milas de Comunicação, que tem como sócio o jornalista Antônio Carlos Milas de Oliveira, acusado pelo Ministério Público (MPE) de praticar coação e extorsão de figuras públicas em Mato Grosso, teria sido um dos responsáveis pela derrubada de uma suposta fraude, encabeçada pelo ex-governador Silval Barbosa, na desapropriação do bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá, ao preço de R$ 31 milhões.


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Conforme delações premiadas firmadas por envolvidos no caso, Milas, em 2014, teria iniciado publicações insinuando irregularidades da SF Assessoria para recebimento de dinheiro público, de forma irregular. A SF Assessoria, propriedade do empresário Filinto Muller, era registrada em nome de laranjas.

Com a pressão do jornalista, Muller procurou o advogado Gabriel Gaeta para a confecção de um novo contrato simulando a cessão de direitos na desapropriação. O documento foi cunhado, fato que deixou rastros sobre a fraude.

Liberdade de extorsão


O jornalista Antonio Carlos Milas de Oliveira é acusado de extorquir políticos e empresários em Mato Grosso em conjunto com os seguintes nomes: Max Feitosa Milas, Antônio Peres Pacheco, Haroldo Ribeiro, Maycon Feitosa Milas e Naedson Martins da Silva. Os fatos foram levantados pela operação Liberdade de Extorsão.

Conforme os autos, os réus utilizavam a empresa Grupo Milas de Comunicação como suporte para a prática das extorsões. Um processo está corrente na Sétima Vara Criminal.

A denúncia teve origem no Inquérito Policial instaurado pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Administração Pública, cujas investigações se originaram de ofício encaminhado pela prefeitura de Cuiabá, informando sobre suposta quebra de sigilo fiscal da empresa Stelmat Teleinformática Ltda.

Em análise ao Sistema de Gerenciamento de Arrecadação (GAT), constatou-se que o servidor Walmir Correa estaria realizando acessos indevidos ao sistema, com a finalidade de obter informações de diversas empresas, inclusive da Stelmat Teleinformática Ltda.

Encerradas as investigações, a autoridade policial apurou que havia um esquema criminoso enredado pelos denunciados, os quais, de posse das informações obtidas ilegalmente do banco de dados da prefeitura, praticavam o crime de extorsão contra empresários e políticos do Estado.

Antonio Carlos foi reconhecido como o líder do grupo, sendo ele, segundo o MPE, o responsável pela escolha das vítimas, bem como por marcar as reuniões.

Os acusados Max e Maycon, ambos filhos de Antonio Carlos, eram os responsáveis pelas as pesquisas no sistema da prefeitura, nas quais utilizavam a credencial do servidor Walmir Correa. A extração das informações que seriam utilizadas para a extorsão também era esporadicamente praticada por Antonio Peres, Haroldo e Naedson.

Por sua vez, ainda segundo o MPE, Antonio Carlos, Max e Maycon eram os responsáveis pelas visitas às vítimas, nas quais eram apresentadas os documentos e posteriormente eram constrangidas a firmar contrato de aquisição de mídia ou ainda, efetuar pagamento de vantagem pecuniária a título de patrocínio para a empresa dos réus, sob a ameaça de divulgação das informações fiscais sigilosas nos veículos de comunicação pertencentes à família.

A Sodoma 4

Na Sodoma 4, conforme exposto pela Polícia e o MPE, as diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, na capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício de uma organização criminosa liderada pelo ex-governador Silval da Cunha Barbosa.

Ficou comprovado na investigação, conforme o órgão ministerial, que, além de Silval Barbosa, participaram da fraude Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretario de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretario de planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso, Filinto Muller, e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.

De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, metade, ou seja, R$ 15.857.000,00 retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller em prol do grupo criminoso.

De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado no montante de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) pertencia a Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso Pedro Nadaf, Marcel De Cursi, Arnaldo Alves de Souza Neto, Afonso Dalberto e Chico Lima.
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