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EX-DONO DA DROGA CHICK

MPE diz que ex-deputado Riva e Chumbinho "combinaram" de acusar morto por fraude de R$ 9,5 milhões

28 Nov 2016 - 10:10

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

José Geraldo Riva

José Geraldo Riva

Em denúncia entregue à juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda, o Ministério Público Estadual (MPE) acusa o ex-deputado José Geraldo Riva e o empresário Claudinei Teixeira Diniz (vulgo "Chumbinho") de combinarem falsa justificativa para a fraude de R$ 9,5 milhões. De acordo com a acusação, usariam um empresário já falecido como bode expiatório: Caio Sandoval, ex-proprietário da rede Droga Chick.

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O trecho consta da denúncia oriunda da terceira fase das investigações da “Operação Ventríloquo”, publicada no último dia 22. Atuam nas investigações o Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) e o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).

Ventríloquo versa sobre organização criminosa que, entre fevereiro e abril de 2014, roubou dos cofres da AL cerca de R$ 9.480.547,69 mediante pagamentos forjados ao então advogado do Banco HSBC Joaquim Fabio Mielli Camargo, que hoje figura como delator da primeira fase da operação. Desta vez foram denunciados os deputados estaduais: Romoaldo Aloísio Boraczynski Junior, Mauro Luiz Savi e Gilmar Donizete Fabris. Além deles outras 09 pessoas foram denunciadas.

Aos órgãos de investigação, Claudinei “Chumbinho” declarou que os R$ 401 mil recebidos por sua empresa através de cheques de Joaquim Fábio Mielli (advogado, réu e delator premiado no esquema) “poderiam estar relacionado à venda de um terreno no Lago do Manso”. À época, prometeu apresentar documentação que comprovasse o que foi dito.

Todavia, não o fez e ainda mudou de versão. Em outro encontro com o NACO, relatou que os valores se referiam a um “crédito que tinha a receber da pessoa de Caio César Sandoval”, das Droga Chick, “tendo se responsabilizado de entregar comprovantes desta transação, não o fazendo”.

O NACO admite que chegou a procurar pela pessoa de Caio César Sandoval, quando foi informado que o empresário faleceu em decorrência de um câncer, em julho de 2015.

Ouvido em Juízo, no dia 23 de junho deste ano, dias após a mudança de versão feita por Claudinei “Chumbinho”, o ex-deputado José Riva também decidiu “corrigir” seu interrogatório anterior, “declarando que realmente devia dinheiro ao Caio, relativo à compra de remédios”. A denúncia destaca que o valor apontado seria de R$ 400 mil. Riva também não apresentou documentos para comprovar a tese.

Para o MPE, não restam dúvidas: o denunciado Claudinei e Riva “combinaram” seus depoimentos no sentido de atribuir a uma pessoa falecida os valores repassados por Joaquim Fábio Mielli. Assim, restou comprovado que o Claudinei “Chumbinho” “ocultou e dissimulou a natureza, origem, localização e movimentação de valores provenientes do crime de peculato perpetrado pelo ex-deputado José Geraldo Riva”.
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