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OPERAÇÃO RÊMORA

Delator aponta que Guilherme Maluf recebia 25% de propinas e "comandava" Seduc

01 Dez 2016 - 19:45

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Guilherme Malouf

Guilherme Malouf

Em delação premiada já homologada pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), o proprietário da Dínamo Construtora, Giovanni Belatto Guizardi, revela que o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, o deputado Guilherme Malouf (PSDB) ficava com 25% de toda a propina arrecada com as empreiteras envolvidas no conluio fraudulento da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). “Tem que agradar a todos”, lembra o réu, em depoimento ao Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco), no dia 16 de novembro.

Por apresentar informações que envolvem políticos com foro privilegiado, a homologação do acordo não foi feita pela juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda, mas pelo TJ. Ainda, como parte do feito, celebrado com o Ministério Público Estadual (MPE), o réu foi liberado nesta quinta-feira (1º) para cumprir prisão domiciliar, após passar cerca de cinco meses na base do Serviço de Operações Especiais (SOE), em Cuiabá.

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Conforme o delator premiado, a divisão dos valores arrecadados pelo esquema se dava da seguinte forma: 25% seriam destinados ao ex-secretário da Seduc, Permínio Pinto Filho; 25% ficava com o empresário Alan Malouf, que segundo o delator, fazia a intermediação para os interesses escusos do executivo Estadual; 25% para o deputado Guilherme Malouf; 10% ficava com o próprio Giovanni Guizardi; 10% era destinado aos ex-servidores Wander Reis e Fábio Frigeri e os demais 5% eram destinados a cobrir despesas gerais para manutenção do grupo criminoso, como combustível, celulares, chips, etc.

Questionado sobre o critério utilizado para a divisão, Guizardi explica que os 25% de Permínio Pinto se davam por ele ser formalmente o responsável pela Seduc. Já o deputado Guilherme Malouf recebia 25% de propina, pois era, segundo o delator, quem detinha “real poder político na pasta”. Alan Malouf também tinha “direito” à seus 25% pois era quem “efetivamente pôs dinheiro na campanha do governo do Estado”.

Guizardi, todavia, salienta. Embora não tenha, Guilherme Malouf, feito qualquer solicitação de propina, o incluiu na lista de recebedores, pois “é assim que funcionava e todo mundo sabe, quando tem ilegalidade”. O delator ainda acrescenta dica fundamental para todo corrupto: “tem que agradar a todos”.

O empresário é acusado de, juntamente ao ex-secretário Permínio Pinto Filho, articular um esquema de pagamentos de propinas em obras da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Os valores variavam, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), entre R$ 400 mil e R$ 3 milhões e o cartel seria formado por mais de 23 empresas que ganhavam contratos e licitações fraudadas junto a Secretaria.

O outro lado:

Em relação às publicações nos veículos de comunicação à respeito da colaboração premiada de Giovani Belatto Guizardi, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Guilherme Maluf (PSDB), afirma que:

Não participou de nenhuma eventual irregularidade cometida na Secretaria de Educação (Seduc).

Tomará as providências cabíveis assim que a sua assessoria jurídica tiver acesso aos autos do processo e teor das denúncias.

Afirma que confia na justiça e que ficará comprovado de que não teve participação em qualquer irregularidade.
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