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OPERAÇÃO RÊMORA

Guizardi cita Leitão como membro do núcleo da Rêmora e possível político que teve dívida paga com dinheiro de esquema

01 Dez 2016 - 20:18

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Reprodução

Nilson Leitão é deputado pelo PSDB e atuou como defensor do Impeachment da Presidente Dilma.

Nilson Leitão é deputado pelo PSDB e atuou como defensor do Impeachment da Presidente Dilma.

Em delação premiada realizada junto ao Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o proprietário da Dínamo Construtora, Giovanni Belatto Guizardi, revela que o deputado federal Nilson Leitão (PSDB), compunha o “núcleo de agentes políticos” da organização criminosa responsável pelas fraudes na Secretaria de Estado de Educação (Seduc). As declarações, feitas no dia 16 de novembro, já foram homologadas pelo Tribunal de Justiça (TJ).

Por apresentar informações que envolvem políticos com foro privilegiado, a homologação do acordo não foi feita pela juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda, mas pelo TJ. Ainda, como parte do feito, celebrado com o Ministério Público Estadual (MPE), o réu foi liberado nesta quinta-feira (1º) para cumprir prisão domiciliar, após passar cerca de cinco meses na base do Serviço de Operações Especiais (SOE), em Cuiabá.

Leia mais:
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“Existia ainda o ‘núcleo de agentes políticos’, composto pelo deputado estadual Guilherme Malouf e deputado federal Nilson Leitão”, revela Giovani Guizardi. Não bastasse, acrescenta que teria sido Leitão o “responsável pela indicação dos seguintes agentes públicos, membros da organização criminosa: Permínio Pinto Filho e Fábio Frigeri”.

Adiante, conclui que coube ao presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) indicar os nomes de Já dos ex-servidores Wander Luis dos Reis e Moises Dias da Silva.

Guizardi narra que, em março ou abril de 2015, ouviu do ex-superintendente de Infraestrutura Escolar, Wander Luiz dos Reis, que os contratos das empresas envolvidas no esquema, renderam propinas antecipadas de 5% e que o valor seria usado para quitar dívida da campanha de Nilson Leitão.

"Wander não mencionou quem solicitou o pagamento da propina antecipada, mas o declarante entendeu que pelas circunstâncias que a solicitação teria sido feita por Permínio, pois o pessoal da Aroeira tinha acesso direto".

Adiante, narra que 05 cheques de uma empreiteira teriam sido entregues a uma gráfica, situada na avenida Carmindo de Campos, em Cuiabá. "Soube que o Leonardo, da empresa JER, teria pago a propina mediante cinco cheques que teriam sido entregues a uma gráfica na avenida Carmindo de Campos para quitar dívidas de campanha eleitoral não fazendo menção de qual político, mas o declarante deduziu que seja o deputado federal Nilson Leitão, que era o político ligado ao Permínio Pinto".

Revela Guizardi, em outra ocasião, que para concretizar a participação de Nilson Leitão (PSDB) no esquema fraudulento, foi necessária a participação de Edézio Ferreira da Silva, que trabalhou na Dínamo Construtora e cedeu seu nome para atividades comerciais do delator.

Narra na delação que em duas oportunidades, entre os meses de junho e outubro de 2015, solicitou a Edézio Ferreira que ele fosse até uma agência bancária do Itaú, localizada na região central de Cuiabá, para realizar pagamentos “pulverizados” de R$ 20 mil. “Essa pulverização se deu da seguinte forma: em cada uma das oportunidades foram realizados vários depósitos que, somados, atingiam R$ 10 mil; essa determinação partiu de Permínio Pinto, em favor de Nilson Leitão”.

À magistrada Selma Rosane Arruda, Edézio Ferreira da Silva confirmou que fora ele o encarregado de providenciar o prédio para execução das reuniões do grupo criminoso, pois elas deveriam ser feitas fora da sede da empresa Dínamo. Questionado pela juíza, disse nunca ter visto problema em ceder seu nome para alugar uma sala para Guizardi e que sequer indagou o réu sobre o fato.

Guizardi:

O empresário é acusado de, juntamente ao ex-secretário Permínio Pinto Filho, articular um esquema de pagamentos de propinas em obras da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Os valores variavam, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), entre R$ 400 mil e R$ 3 milhões e o cartel seria formado por mais de 23 empresas que ganhavam contratos e licitações fraudadas junto a Secretaria.

Outro lado:
 
Veja abaixo a nota de Nilson Leitão e Alan Malouf:

Nilso Leitão: 

NOTA à IMPRENSA

Sobre a citação de Giovanni Guizardi, o deputado federal Nilson Leitão (PSDB) vem a público esclarecer que:

- primeiramente não conhece o delator e nunca teve nenhum contato com ele;

- nunca participou de qualquer reunião com qualquer político, secretário ou qualquer construtora para discutir obras da pasta da Educação;

- a 'dedução' do delator é no mínimo irresponsável, pois em depoimento ele tem que dizer o que sabe, e não sobre o que deduz ou imagina, como ocorreu;

- na delação não há nenhum tipo de comprovação sobre algum ato ilícito do parlamentar;

- não se especificou de que modo teriam ocorrido os aventados depósitos, o que impede o exercício do contraditório e da ampla defesa;

- mesmo com foro privilegiado, Nilson Leitão coloca o extrato bancário à disposição das autoridades e da sociedade, além de qualquer outra informação que venha colaborar com a justiça e a população;

- em respeito aos mato-grossenses, é importante que sejam investigadas as verdadeiras motivações daqueles que misturam denúncias verdadeiras com afirmações nitidamente falsas, sem nenhum tipo de comprovação, com o claro intuito de tumultuar as investigações.

ASSESSORIA DE IMPRENSA

Alan Malouf: 

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Em relação às notícias veiculadas nesta quinta-feira (01) referentes ao termo de declaração de Giovani Guizardi que foi encaminhado à imprensa, vimos a público prestar alguns esclarecimentos.

Mesmo ainda não tendo acesso aos autos, é importante ressaltar que Alan Malouf nunca foi líder de nenhuma organização criminosa.

A defesa do empresário vai aguardar ter acesso aos autos para se manifestar de forma transparente, uma vez que considera absurdas as acusações.

Reiteramos, também, que Alan Malouf está à disposição das autoridades competentes para prestar as informações necessárias, acreditando, sempre, na Justiça.

Assessoria de imprensa
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