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OPERAÇÃO RÊMORA

Coordenador do Gaeco afirma que acata decisão de Janot em não abrir investigação contra Taques e Leitão

13 Dez 2016 - 11:54

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Promotor Marco Aurélio

Promotor Marco Aurélio

O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime organizado (Gaeco), promotor Marco Aurélio, disse acatar a decisão do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, em negar abertura de investigação contra os políticos citados com foro privilegiado, o governador Pedro Taques (PSDB) e o deputado federal, Nilson Leitão (PSDB), citados em delação do colaborador Giovani Guizardi. O promotor ainda tornou a advertir que novas fases da “Operação Rêmora” poderão ser desencadeadas em breve.

A declaração desta vez foi dada durante intervalo de audiência que interrogou o réu Giovani Guizardi, que já confessou ter atuado como “operador” do esquema de fraudes e corrupção. A delação celebrada com o Ministério Público Estadual (MPE) põe na roda nomes como o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), seu primo, o proprietário do Buffet Leila Malouf, Alan Malouf e o deputado federal Nilson Leitão. Os três negam qualquer envolvimento no esquema.

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A ocasião foi oportuna para o representante da acusação ser questionado sobre a decisão do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot. Marco Aurélio descartou nova remessa. “Nestes autos não vejo necessidade”, afirma.

Ele ainda explicou as consequências. “O que a Procuradoria Geral da República faz nestes casos é a analisar o depoimento com as provas. Se a Procuradoria entendeu assim, ela abre uma clausula chamada de ‘até que não se altere o cenário’. O cenário não se alterou, ele (Guizardi) foi fidedigno com o que foi dito para nós e o que foi encaminhado para a PGE, então não vejo necessidade. Agora, é obvio que se nós tivermos outros elementos de prova além do depoimento dele, e isso pode surgir, será encaminhado no momento oportuno”.

Em seguida, o Gaeco foi questionado sobre Alan Malouf, nome citado em diversas situações por Giovani Guizardi. O dono da Dínamo Construtora relatou que o proprietário do buffet teria “investido” R$ 10 milhões na campanha ao governo do Estado e exigia retorno em forma de propina. Marco Aurélio evitou tocar em nomes, mas adiantou que novas fases poderão criar novos réus.

“As operações elas vão se produzindo com fases. Você sabe como ela começa, mas não sabe como termina, esta é um exemplo, tivemos a primeira fase com a prisão de alguns personagens e o Permínio não entrou nesta primeira fase, pois não tínhamos elementos para dizer que ele participava, veio a segunda fase com novos elementos, outras fases podem surgir e aí novos indivíduos podem ser colocados no polo passivo das demandas”, declarou.

Na delação premiada, o empreiteiro Giovani Guizardi afirma ser operador de um esquema criado para desviar dinheiro de reformas e construção de escolas públicas a fim de quitar dívidas do caixa 2 da campanha eleitoral do governador Pedro Taques (PSDB) de 2014. O deputado federal Nilson Leitão (PSDB) e o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) seriam membros do núcleo do esquema, segundo o delator.

Ainda segundo a delação de Guizardi, esse esquema funcionaria desde gestões anteriores, quando a Secretaria de Estado de Educação era comandada pelo deputado federal Ságuas Moraes (PT). Contudo, a investigação do Gaeco focará quem não possui foro privilegiado, como as empreiteiras envolvidas, funcionários da Seduc e no ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto (PSDB). Os autos foram enviados para Procuradoria Geral da República para serem tomadas medidas sobre os citados com foro privilegiado.
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