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OPERAÇÃO RÊMORA

Peça central do esquema, empresário Alan Malouf é levado para o SOE; defesa nega delação premiada

14 Dez 2016 - 14:33

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira / Da Reportagem Local - Lázaro Thor Borges

Foto: Rogério Florentino Pereira /OD

Alan Malouf sendo levado do IML pro CCC

Alan Malouf sendo levado do IML pro CCC

O Ministério Público Estadual (MPE), por meio do Grupo de Atuação em Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou na tarde desta quarta-feira (14) a terceira fase da "Operação Rêmora", denominada "Grão Vizir", que culminou no cumprimento da prisão do empresário Alan Malouf, proprietário do Buffet Leila Malouf. Ele foi citado na delação premiada de Giovani Guizardi, por ter investido R$ 10 milhões para campanha de Taques ao governo do Estado, em 2014. Para obter retorno do investimento, teria cobrado propinas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). 

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Até às 15h45 desta quarta-feira (14) a informação é de que o empresário se encontra foragido. O Gaeco já realizou buscas na residência do empresário e na sede do Buffet Leila Malouf, porém sem sucesso. 

Às 17h a informação é de que o empresário Alan Malouf já se apresentou à juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Rosane Arruda.

17h37: Alan Malouf acaba de deixar as dependências do Instituto Médico Legal (IML) onde foi submetido à procedimento comum para todos os submetidos à prisão. Ao que tudo indica ele será encaminhado para o Serviço de Operações Especiais (SOE), por possuir uma formação superior de gestão de negócios, pelo ICEC. 

17h45: O advogado de Alan Malouf, Huendel Rolim conversou com Olhar Jurídico e negou existência de qualquer acordo de delação premiada.“Não existe nada disso. O Alan sempre se colocou à disposição da justiça para esclarecer os fatos. Hoje quando tivemos ciência pela imprensa de que havia um decreto preventivo, de pronto a defesa apresentou Alan à magistrada, que decretou a prisão, novamente referendando sua disposição em colaborar com a justiça no sentido de esclarecer os fatos, mas não existe acordo nem nada disso”.

Rêmora - Terceira Fase:

Em nota o MPE afirma que o Gaeco, em ação conjunta com Promotores de Justiça, Delegados de Polícia, Policiais Militares e Civis e o Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO) deflagraram a terceira fase da Operação Rêmora, denominada “Grão Vizir”. Neste momento, agentes do Gaeco estão em diligência para cumprimento de mandado de prisão preventiva expedido pela Vara do Crime Organizado em desfavor do empresário Alan Ayub Malouf. Outros mandados de busca e apreensão e condução coercitiva também estão sendo cumpridos.

Nos autos da ação penal oriunda da "Operação Rêmora", o proprietário da Dínamo Construtora, Giovani Guizardi, firmou acordo de delação premiada com o MPE e envolveu o nome do empresário Alan Malouf, que teria doado R$ 10 milhões para a campanha de Pedro Taques ao governo. Em contrapartida, o proprietário do Buffet deveria recuperar esse dinheiro por meio de propinas.  

Giovani declarou que no ano de 2015 foi criado informalmente uma organização criminosa a qual o fez parte e o intuito era arrecadar fundos ilícitos para fins de saldar pagamentos não declarados em campanhas eleitorais de 2014. O empresário afirma ainda que não fez parte da “criação” do esquema e entrou nele quando as fraudes já estavam acontecendo, sendo operadas pelo então secretário de Educação, Permínio Pinto (PSDB), Fábio Frigeri, Leonardo Guimarães e Ricardo Sguarezi.

Giovani relata que conhece o empresário Alan Malouf desde a infância e foi ele quem o ajudou a entrar para o esquema. Guizardi procurou Malouf em março de 2015 e solicitou que sua empresa, Dinamo Construtora, pudesse trabalhar em obras na Seduc , pois nunca tinha atuado nesta secretaria, que é a terceira em maior volumes de obras no Estado. A primeira reunião teria acontecido no buffet Leila Malouf, ocasião em que o delator soube que o deputado estadual Guilherme Maluf era o responsável por indicar o superintendente da Seduc , Wander Luiz.

Giovani então reuniu-se com Wander na própria Secretaria de Educação e ouviu que o interlocutor estava com dificuldades e que as pessoas que investiram na campanha de Taques teriam que receber o dinheiro investido e essa pessoa seria Alan Malouf. Ficou combinado o pagamento 5% do valor das obras cobradas por Wander.

O declarante conta que o critério utilizado para a divisão da propina foi dar a maior porcentagem, de 25%, para para as figuras formalmente responsáveis pela pasta, como, Alan Malouf, Permínio Pinto e o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), que, de acordo com o delator, era quem detinha o real o real poder político na Secretaria. Por meio de nota, Maluf também negou qualquer participação em irregularidades. Fábio Frigeri e Wander ficariam com 5% e o delator 10%. 
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