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OPERAÇÃO RÊMORA

"Grão Vizir", título da terceira fase da Rêmora, faz referência às origens de dono de buffet preso

14 Dez 2016 - 15:15

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

GAECO

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A terceira fase da “Operação Rêmora” denominada “Grão Vizir” é referência direta ao empresário dono do Buffet Leila Malouf, Alan Ayub Malouf, cuja ordem de prisão está sendo cumprida na tarde desta quarta-feira (14) pelo Grupo de Atuação Especial em Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

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A palavra “Vizir”, segundo dicionários etimológicos, deriva da palavra árabe “al-wazir”, que significa "ajudante", título usado em alguns países muçulmanos para designar autoridades, como ministros de Estado. No século 19, a autoridade mais importante do império Otomano era justamente entitulada "grão-vizir", que era uma espécie de primeiro-ministro ou o conselheiro de um sultão. Um "grão-vizir" era a mais alta autoridade na época, sendo considerado um representante do rei, atuando em seu nome.

A expressão, além de lançar sombra sobre quem seria o "sultão" acima do empresário, é também referência direta à família árabe Malouf, de Alan e de seu primo, o deputado Guilherme Maluf, presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Ambos foram citados na delação premiada de Giovani Guizardi, firmada junto ao Ministério Público Estadual (MPE).

Entenda o Caso:

Nos autos da ação penal oriunda da "Operação Rêmora", o proprietário da Dínamo Construtora, Giovani Guizardi, firmou acordo de delação premiada com o MPE e envolveu o nome do empresário Alan Malouf, que teria doado R$ 10 milhões para a campanha de Pedro Taques ao governo. Em contrapartida, o proprietário do Buffet deveria recuperar esse dinheiro por meio de propinas.

Giovani declarou que no ano de 2015 foi criado informalmente uma organização criminosa a qual o fez parte e o intuito era arrecadar fundos ilícitos para fins de saldar pagamentos não declarados em campanhas eleitorais de 2014. O empresário afirma ainda que não fez parte da “criação” do esquema e entrou nele quando as fraudes já estavam acontecendo, sendo operadas pelo então secretário de Educação, Permínio Pinto (PSDB), Fábio Frigeri, Leonardo Guimarães e Ricardo Sguarezi.

Giovani relata que conhece o empresário Alan Malouf desde a infância e foi ele quem o ajudou a entrar para o esquema. Guizardi procurou Malouf em março de 2015 e solicitou que sua empresa, Dinamo Construtora, pudesse trabalhar em obras na Seduc , pois nunca tinha atuado nesta secretaria, que é a terceira em maior volumes de obras no Estado. A primeira reunião teria acontecido no buffet Leila Malouf, ocasião em que o delator soube que o deputado estadual Guilherme Maluf era o responsável por indicar o superintendente da Seduc , Wander Luiz.

Giovani então reuniu-se com Wander na própria Secretaria de Educação e ouviu que o interlocutor estava com dificuldades e que as pessoas que investiram na campanha de Taques teriam que receber o dinheiro investido e essa pessoa seria Alan Malouf. Ficou combinado o pagamento 5% do valor das obras cobradas por Wander.

O declarante conta que o critério utilizado para a divisão da propina foi dar a maior porcentagem, de 25%, para para as figuras formalmente responsáveis pela pasta, como, Alan Malouf, Permínio Pinto e o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB), que, de acordo com o delator, era quem detinha o real o real poder político na Secretaria. Por meio de nota, Maluf também negou qualquer participação em irregularidades. Fábio Frigeri e Wander ficariam com 5% e o delator 10%.
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