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'DE ALTA PERICULOSIDADE'

Justiça nega transferência de ex-pistoleiro de João Arcanjo para presídio militar de Santo Antônio

24 Jan 2017 - 16:29

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Reprodução

Célio Alves de Souza

Célio Alves de Souza

O magistrado Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), negou a transferência do ex-policial militar, Célio Alves de Souza, considerado braço armado da organização criminosa liderada pelo bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Ele havia solicitado transferência para o presídio militar de Santo Antônio do Leverger (a 35 km de Cuiabá), considerado de baixo nível de segurança. Com a decisão, Célio continuará na Penitenciária Central do Estado (PCE).


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Solicitadas às manifestações, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e o Ministério Público Estadual (MPE) foram unânimes pelo indeferimento do pedido, considerando que a “PCE é hoje a unidade Estadual com maior segurança” e que o preso é de “altíssima periculosidade”.

Em sua decisão, Jorge Luiz Tadeu Rodrigues concordou com a secretaria e o órgão ministerial e levou em consideração estes dois fatores. “Ante a alta periculosidade do penitente, privilegia-se a garantia da ordem pública e a segurança social, já que como é sabido, a unidade prisional de Santo Antônio do Leverger não é apta ao acolhimento de recuperandos com perfil semelhante àquele”, consta da decisão.

Ao Olhar Jurídico, o advogado Waldir Caldas, que faz a defesa de Célio Alves de Souza, não avaliou o teor da decisão por não ser ter sido, a solicitação, assinada por ele. Todavia, ressaltou que é preciso que os órgãos e a justiça considerem o “comportamento exemplar” do preso. “É um preso que não tem qualquer tipo de envolvimento com ninguém, é único no sistema. Não participa de nada, é um cidadão que cumpre sua pena lá, dentro das regras e é como se não existisse dentro daquele sistema”, manifestou.

O advogado adiantou que a equipe de seu escritório está neste momento conversando, no PCE, com o preso, para se interar da solicitação e de sua negativa, sobretudo das razões do pedido de transferência. O defensor também negou que Célio Alves já tenha sido condenado a 150 anos de prisão, e lembra que muitos recursos no Tribunal de Justiça tiveram sucesso na solicitação de redução de pena. Cita que em um deles conseguiu diminuir de 55 anos de prisão para “apenas” 30.

O ex-soldado, Célio Alves de Souza é apontado, junto com o ex-cabo da Polícia Militar Hércules Agostinho Araújo, como um do principais pistoleiros de confiança do então bicheiro João Arcanjo Ribeiro, conhecido, entre os anos de 1990 e 2000, como “o Comendador”.

Na justiça de Mato Grosso, João Arcanjo, Célio Alves e Hérculos Araújo tem colecionado derrotas em Júris Populares. Até 2005, Célio já havia sido condenado a 73 anos de prisão por diversos crimes de homicídios praticados no Estado, com destaque para a morte do empresário Sávio Brandão, fundador do jornal Folha do Estado, em setembro de 2002, que lhe rendeu 17 anos de cadeia. Ele também é apontado como o responsável pelas mortes do sargento José Jesus de Freitas e dos seguranças dele, Fernandes Leite das Neves e Nailton Benedito de Souza. Além disto, ele ainda teria tentado matar o a esposa do sargento, Cilene Neiva da Cruz. Em 2010, ele foi condenado a mais 12 anos, em 2011 a 16, em 2013 a mais 12 e em 2015 a 46 anos.

Em 2015, o preso foi novamente alvo dos holofotes da segurança pública quando ameaçou agentes prisionais que atuavam no PCE, ao relutar em fazer o exame de corpo de delito e ameaçar os agentes da PCE: “Vou matar todo mundo aqui”, disse.
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