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SEGUE PRESO NO NORDESTE

Justiça Federal destaca potencial criminoso e nega retorno de João Arcanjo para Cuiabá

25 Jan 2017 - 09:41

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Reprodução

João Arcanjo Ribeiro em Júri

João Arcanjo Ribeiro em Júri

A Justiça Federal do Rio Grande do Norte acatou solicitação da Justiça de Mato Grosso e manterá o bicheiro João Arcanjo Ribeiro preso por mais 360 dias na Penitenciária Federal de Mossoró. Na decisão foi considerado o potencial do “Comendador” de rearticular a organização criminosa que aterrorizou a sociedade mato-grossense nas décadas de 1990 e 2000. Também foi destacada a fragilidade da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. Nesta mesma semana, seu ex-braço direito, o ex-soldado Célio Alves de Souza, também teve transferência negada para uma unidade militar em Mato Grosso.


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A decisão sobre João Arcanjo foi proferida pelo juiz Walter Nunes da Silva Júnior, responsável pela Corregedoria de Justiça da Penitenciária de Mossoró, nesta terça-feira (24). O órgão levou em consideração a manifestação do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que aponta que, “tendo em vista que o preso ainda tem o potencial de desestabilizar o Sistema Penitenciário do Estado de Mato Grosso”, sua permanência é necessária.

A manifestação do Depen segue a mesma linha do Ministério Público Federal (MPF), que afirma que “a superlotação carcerária” da Penitenciária Central do Estado (PCE), de Cuiabá, “demonstra a falta de segurança compatível com a periculosidade” de João Arcanjo Ribeiro, o que “desfavorece o seu retorno ao Estado de origem”.

A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos de Mato Grosso (Sejudh-MT) foi além em sua manifestação contrária ao retorno do Comendador. Explicou que ele “deve ser mantido o mais distante possível de suas bases de atuação” de modo que dificulte o “fluxo de informações entre os integrantes da quadrilha e a formação de eventuais novas associações, viabilizando a efetiva desarticulação do grupo”.

O objetivo do poder público e dos órgãos de justiça é apenas um: evitar ao máximo a reunião da organização criminosa. Por isso, também nesta semana o juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), negou a transferência do ex-policial militar, Célio Alves de Souza, braço direito (e armado) de João Arcanjo Ribeiro para o presídio militar de Santo Antônio do Leverger (a 35 km de Cuiabá). Célio cumpre condenações (que ultrapassam 100 anos) na Penitenciária Central do Estado (PCE).

Não é difícil crer no poder de rearticulação do Comendador. O Gaeco comprovou isto, em 2007, quando apontou que mesmo de dentro da PCE, Arcanjo continuava comandando o jogo do bicho em Mato Grosso. Por conta disto foi transferido para a Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), em 2013 para a Penitenciária Federal de Porto Velho (RO) e posteriormente, para o Rio Grande do Norte.
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