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Morto durante ação

Promotor afirma que PM agiu “por vingança” contra jovem morto no CPA e pedirá prisão de major

31 Jan 2017 - 15:01

Da Redação - Wesley Santiago/Da Reportagem Local - Lázaro Thor Borges

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Promotor afirma que PM agiu “por vingança” contra jovem morto no CPA e pedirá prisão de major
O promotor de Justiça, Jaime Romaquelli, da 2 ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá, apontou que o major Valdir Félix Oliveira foi o responsável pela morte do suspeito André Luiz Oliveira, assassinado durante uma ação da Polícia Militar (PM) em agosto do ano passado, após a execução do policial militar, Elcio Ramos, no bairro CPA III, em Cuiabá. O major, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), teria agido “por vingança”. Um pedido de prisão preventiva também será feito.

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“Antecipo que hoje (31), protocolaremos a denúncia contra o acusado Valdir Félix de Oliveira Paixão Junior, major da PM, que tivemos de incluir como réu, em razão da morte de André Luiz Oliveira. Ficou claramente demonstrado que ele agiu por vingança, matando o rapaz, em razão da morte do policial, ocorrida cerca de uma hora e meia antes”, disparou o promotor, durante entrevista coletiva no auditório da Procuradoria Geral de Justiça.

Finalizado em dezembro de 2016, o inquérito da Polícia Civil que apurava a morte de André Luiz Oliveira, assassinado durante uma ação da Polícia Militar (PM) em agosto do ano passado, apontou que o major Valdir Félix Oliveira foi o responsável pela morte. Indiciado por homicídio qualificado, o militar confessou ter atirado contra o rapaz, tendo alegado legítima defesa aos investigadores.

“A denúncia diz respeito ao segundo fato ocorrido naquele dia, que foi a morte do André Luiz, cerca de uma hora e meia depois. O policial agiu dolosamente, executou a vítima após ela ter sido rendida. Vamos protocolar a denúncia e estamos requerendo também a prisão preventiva”, afirmou o promotor.

A situação também foi investigada pela Corregedoria PM, que informou apenas que o procedimento foi concluído e repassado ao MP. Imagens mostraram o suspeito ainda vivo, sendo abordado por policiais. Minutos depois, no entanto, ele foi morto em uma suposta tentativa de fuga. Na sequencia ele foi transportado, já morto, na carroceria de uma picape do Batalhão de Operações Especiais (Bope). À época, segundo a corporação, houve confronto entre os envolvidos, situação que mobilizou um grande contingente de profissionais da segurança e da imprensa na região.

De acordo com o pai da vítima, Carlos Oliveira, seus filhos, alvos da ação, na verdade, eram vítimas de uma extorsão. Além de André, seu irmão Carlos Júnior também estava na residência, tendo dado início a briga com a dupla de policiais, situação queculminou na morte de Élcio, atingido com um tiro na cabeça. O pai do rapazes também acusou os policiais de terem até a residência à paisana para praticar atos de extorsão.

O Secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas, no entanto, negou a veracidade das declarações e afirmou que os dois têm passagem. Um por crime de furto e outro por tráfico de drogas, e que os dois policiais estavam no local a trabalho. Eles seguiam comandos do Serviço de Inteligência da PM, que investigava André e seu irmão por venda de arma de fogo.

O caso

Na ocasião, os militares Élcio Ramos Leite e Wanderson José Saraiva, que atuavam no setor de inteligência do 24ª Batalhão da Polícia Militar, no Bairro São João Del Rey, foram designados para obter informações sobre a comercialização ilegal de armas de fogo na região do CPA. André Luiz e Carlos Alberto estariam usando grupos formados através do aplicativo "WhatsApp" para oferecer à venda uma arma de fogo, tipo revólver, calibre 38, numeração 386944.

No dia 02 de agosto, por volta das 14h, os policiais militares Élcio e Wanderson José, a paisana, marcaram encontro com Carlos Alberto próximo ao terminal do CPA II, se dizendo interessados em adquirir a arma. Uma operação foi montada para dar suporte aos dois policiais caso o crime fosse constatado e a prisão em flagrante tivesse de ser realizada.

Do terminal, o denunciado seguiu com Elcio e Wanderson até sua residência, onde funciona uma distribuidora de água, no CPA III. Lá, o policial Wanderson percebeu que Carlos Alberto estava com uma arma na cintura e se recusou a entrar no quintal e na residência. Nesse momento, Carlos Alberto agiu com violência na tentativa de obrigar o policial a entrar, foi quando entraram em luta corporal.

André Luiz, que estava dentro da casa, teria sacado o revólver e ido dar apoio ao irmão, apontando a arma para o policial Elcio, o atingindo com um tiro na cabeça. Ainda de acordo com a denúncia, o crime foi cometido por motivo torpe, “praticado com o fim de impedir a atividade policial que estava sendo regularmente exercida no combate à venda ilegal de armas pelo denunciado e seu irmão”.

Atualizada às 15h10 e às 15h43.
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