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Terça-feira, 07 de maio de 2024

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OPERAÇÃO RÊMORA

Delator de esquema de fraudes na Seduc presta novo depoimento ao Gaeco

06 Fev 2017 - 09:35

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Olhar Direto

Delator Luiz Fernando Rondon

Delator Luiz Fernando Rondon

O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) retoma sua série de depoimentos com envolvidos na “Operação Rêmora”. Às 14h desta segunda-feira (06) será ouvido o empresário e delator premiado Luiz Fernando Rondon, dono da Luma Construtora Eirele EPP. Em outras ocasiões ele já relatou detalhes ao Ministério Público Estadual (MPE) sobre como funcionava o esquema de fraudes em licitações na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

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Conforme o próprio Luiz Fernando Rondon narra ao Gaeco, ele usou a empresa Panamericana, de seu sogro, para atuar no esquema da “Rêmora”, aceitando pegar uma obra avaliada em R$ 4,8 milhões. Recebidas as primeiras parcelas referentes às medições, em Rondonópolis, Luiz Rondon foi chamado para ir à Seduc recolher os 3% que o empresário deveria passar a pagar. 

Ao todo, seis pagamentos foram realizados em dinheiro vivo: R$ 31.043,00; R$ 14.527,00; R$ 6.021,00; R$ 19.292,00; R$ 24.009,72; R$ 9.931,87. O “modus operandi”, segundo Rondon, seria sempre o mesmo: feito o saque, agendava-se o encontro na Farmácia Unimed, em frente ao Hospital Jardim Cuiabá, Anderson chegava em um VW/Fox branco, adentrava o carro de Luiz Rondon e consumava-se o pagamento. O recebedor da propina não conferia o valor e, repentinamente, deixava seu carro. 

Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), a organização criminosa era composta pelo núcleo de agentes públicos, o núcleo de operação e o núcleo de empresários. O primeiro formado pelos servidores Wander Luiz dos Reis, Fábio Frigeri e Moisés Dias da Silva que estariam encarregados de viabilizar as fraudes nas licitações da Seduc mediante recebimento de propina. 

Integrava o núcleo de operação Giovanni Bellato Guizzardi, Luiz Fernando da Costa Rondon e Leonardo Guimarães Rodrigues. São eles os mandatários dos servidores públicos e os encarregados de fazer os contatos diretos com os empresários que faziam parte do terceiro núcleo. 

Entre os empresários do ramo da construção civil envolvidos no esquema destaca-se o ex-deputado estadual e governador de Mato Grosso, Moisés Feltrin que foi detido durante a Operação Rêmora. Feltrin é empresário do setor de construção e por determinação judicial seria conduzido coercitivamente para prestar esclarecimentos, mas como em sua casa foram encontradas armas de fogo, o mesmo foi detido em flagrante.

No total, o núcleo de empresários possui 23 empresários e pelo o menos 20 obras foram fraudadas durante a ação do cartel. O esquema de propina envolvia pagamentos de percentuais em obras que variavam entre R$ 400 mil e R$ 3 milhões.

A Operação teve sua segunda fase, a “Locus Delicti”, que resultou na prisão de Permínio Pinto. Ambas as operações apuram um esquema de fraudes na Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) em obras que somadas chegam a R$ 56 milhões. Permínio Pinto Filho é acusado de ser o “cérebro” do esquema.

A terceira fase, a “Grão Vizir”, no fim de 2016, foi marcada pela inclusão do nome do empresário Alan Malouf, acusado de ser um dos principais recebedores de propina do esquema, após ter feito “investimento”  milionário para a campanha eleitoral do governador Pedro Taques. O empresário chegou a ficar preso por cerca de 10 dias.
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