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Castelo de Areia

Delegado diz à juíza que esquema de João Emanuel atingiu vítimas em outros Estados

10 Fev 2017 - 14:21

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Paulo Victor Fanaia

Delegado diz à juíza que esquema de João Emanuel atingiu vítimas em outros Estados
A primeira testemunha a ser ouvida na tarde de hoje,10, trata-se do delegado Diogo Santana de Souza, que atua junto à Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). Ele narrou à juíza da 7ª Vara Criminal , Selma Arruda, que realiza mais uma fase de oitivas no âmbito do processo originário da operação Castelo de Areia, que as investigações deram início com a queixa de empresários que se sentiam lesados com investimentos sem retorno feitos ao suposto grupo criminoso. O prejuízo avaliado até o momento supera R$ 50 milhões. O ex-vereador João Emanuel é apontado com um o líder da ação. 

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O delegado afirma que o número de vítimas investigados até o momento é muito maior do que as que figuram, até o momento, nesta ação penal. 

Na oitiva, ele pontuou sobre o esquema e a empresa utilizada na ação. Contou que Walter Dias Magalhães Júnior que se apresenta como presidente da Soy Group, que seria uma ramificação da empresa BC Share. A Soy fora registrada no nome de Shirley, esposa de Walter Junior. 

Com relação a Lázaro Moreira Lima, ele seria agente financeiro da empresa e que seu, pai, Irênio seria responsável pelo operacional. 

Walter, João Emanuel, Irenio e Lázaro seriam o núcleo duro da empresa e do suposto esquema, tomando todas as decisões dela. Já Evandro Goulart seria o diretor financeiro da empresa e Marcelo Costa cuidava de trazer novas vítimas para o golpe, ou novos clientes para a Soy. Segundo o delegado, Edson Vieira Lima, vítima, teria se reunido um hotel com João Emanuel e o suposto dono de um banco chinês, Mauro Cheng. 

De todas as vítimas do esquema, nenhuma recebeu seu dinheiro de volta. Segundo a testemunha, fora difícil estancar a sangria, pois sempre novas vítimas surgiam em todo o país. Algumas delas em SP e no nordeste. 

Na casa de João Emanuel fora preso um cheque de cerca de R$ 90 mil assinado por Edson Vieira dos Santos.

Atualizada às 14h33 - A defesa de João Emanue questiona os métodos da investigação. O delegado explica que boa parte do que sabem partiu de depoimentos e de documentos apresentados pelas vítimas. A defesa se irrita: “Quer dizer que se chegarem dizendo que fulano matou princesa Isabel, vocês vão pedir prisão?”.

Questionado se o passaporte de Mauro Chen, o chinês, é falso, o delegado não sabe responder, mas garante que ele possui dupla nacionalidade. 

O advogado Edezio Lima Fernandes, tio se João Emanuel, insiste em questionar com que propriedade se acusa que tenha João Emanuel falado chinês se a vítima Edson Vieira admite que não sabe distinguir inglês de qualquer outra língua. (Fora a vítima Edson o responsável por acusar que João Emanuel tivesse forjado diálogos em mandarim). 

O advogado questiona sobre a investigação a respeito da ameaça de morte supostamente feita pelo Comando Vermelho à juíza Selma à mando de João Emanuel. A magistrada indifere a pergunta, por não ser objeto desta ação. 

A defesa questiona a respeito do suposto “Salve” que Walter Dias Magalhães teria recebido de João Emanuel para que não falasse mal dele em juízo. Questionam se o delegado não teve cuidado de investigar como Walter teve ciência disso. O questionado diz que apenas sabe do fato pelas palavras de Walter e que não se lembra de ter investigado esse fato. 

A defesa questiona como todos os fatos relativos às investigações param na imprensa, com destaque para Olhar Direto. O delegado não sabe explicar, mas garante que as informações não saem de lá.

Atualizada às 15h20 - O empresário Asaam Salim é a segunda testemunha da tarde de hoje, ele se apresenta como proprietário da Papelaria Rodart e foi vítima do esquema. Conta ao MPE que no início de 2016 foi procurado por Walter, que se apresentou como representante da Soy. Já Evandro se apresentou, porém sem se identificar. Alegaram que iriam abrir uma financeira em um prédio na avenida CPA e que dinheiro de um banco da China seria captado. O investimento não lhe foi oferecido, mas uma compra de R$ 120 mil em móveis fora feita. Inicialmente recebeu um cheque de terceiro de R$ 25 mil como forma de pagamento. O mesmo foi compensado. 

Um segundo cheque de R$ 50 mil foi entregue, mas sustado. Ele era assinado por uma empresa de serviços de construção V Criativa. Os demais pagamentos não foram feitos. 

O empresário buscou Evandro e Walter para cobrar o pagamento e recebeu desculpas diversas. Com o tempo a dupla começou a fugir do empresário. Atividades no prédio não foram mais visualizadas em julho de 2016. “Praticamente não tinha atividade no prédio onde os móveis foram entregues, eles tinham pressa para receber os móveis, mas não tinha ninguém trabalhando”, afirma. 

O empresário procurou a delegacia e foi logo encaminhado ao GCCO, pois teria sido vítima de uma organização criminosa já investigada. Uma ação cível foi aberta pelo empresário.

Lázaro Moreira Lima questiona quando foi feita a compra. O empresário mostra as notas fiscais da venda. A empresa Prosperit Empreendimentos e Participações teria sido responsável pela compra. As negociações foram feitas em janeiro e o empresário só recebeu de volta seus produtos em setembro de 2016, pouco depois da deflagração da operação. 

A audiência é encerrada às 15h30
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