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Quarta-feira, 15 de maio de 2024

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OPERAÇÃO CASTELO DE AREIA

Pai de João Emanuel atribui a impeachment de Dilma calote recebido por investidores da Soy Group

30 Mar 2017 - 14:45

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira / Da Reportagem Local - Lázaro Thor Borges

Foto: Olhar Direto

João Emanuel

João Emanuel

A Sétima Vara Criminal retoma na tarde desta quinta-feira (30) o julgamento da ação penal oriunda da “Operação Castelo de Areia”. A juíza Selma Rosane Arruda interrogará o juiz aposentado Irênio Lima Fernandes (pai de João Emanuel) e o advogado Lázaro Roberto Moreira Lima (irmão do ex-vereador). De acordo com o Ministério Público Estadual (MPE), foram praticados golpes milionários por intermédio das empresas American Business Corporation Shares Brasil Ltda e Soy Group Holdin America Ltda. 


São réus nesta ação, além do político, o juiz aposentado Irênio Lima Fernandes; os empresários Walter Dias Magalhães Júnior, Shirlei Aparecida Matsouka Arrabal e Marcelo de Melo Costa; o advogado Lázaro Roberto Moreira Lima; o contador Evandro José Goulart; e o comerciante Mauro Chen Guo Quin. O político responde por constituição de organização criminosa e estelionato. Os golpes superaria R$ 1 bilhão.

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Segundo os autos, as referidas pessoas jurídicas atuavam, em tese, no ramo de mercado financeiro com a captação de recursos no exterior, cujas taxas de juros teriam, supostamente, valor inferior ao praticado no Brasil, atraindo, assim, o interesse de investidores, agricultores e empresários. O resultado foram milhões em prejuízos com os supostos golpes.

De acordo com o Gaeco, a suposta organização criminosa tinha o seguinte modus operandi: inicialmente captavam pessoas que tinham interesse em obter empréstimos com juros menores ou de investir em empreendimentos imobiliários; em seguida acertavam o valor do suposto empréstimo ou do investimento, que são sempre de valores altíssimos; firmavam pré-contratos do suposto empréstimo/investimento; e, após, solicitavam determinada quantia (sempre valores altos, proporcionais ao valor do suposto empréstimo) que, segundo eles, era necessária para a concretização do empréstimo/investimento; após receber os valores repassados pelas vítimas começavam a dar 'desculpas', não empregavam os valores conforme prometido e tampouco devolviam as quantias pagas pelas vítimas”, diz a denúncia. 

"Chega a ser surpreendente todo o mise en scène empregado pelos investigados para ludibriar suas vítimas (almoços e jantares em hotéis caros, viagens internacionais, utilização de um “falso dono de um Banco Chinês”, locação de imóvel luxuoso, etc)”, concluiu o Gaeco.

Interrogatório:

Na tarde de hoje (30), Irênio Lima Fernandes alega ao juízo que queria ter sido ouvido muito antes de ser processado e diz que tentou procurar o Gaeco. Também alega que a denúncia é falsa e que se considera vítima. Conta que foi contratado junto com seus filhos para advogar para a empresa de Walter Dias Magalhães, para resolver um problema judicial envolvendo uma de suas empresas. 

"Durante o primeiro mês do contrato ele disse 'eu não tenho dinheiro', e ele disse para fazermos uma operação de financiamento de um veículo dele com ele pagando as prestações e o valor foi de R$ 100 mil. Mas, logo que saiu o financiamento, ele me pediu 50 desse valor", afirmou. 

De acordo com Irênio, vítimas de suposto golpe não receberam dinheiro por conta do impeachment

Para Irênio Lima Fernandes, as vítimas do golpe supostamente aplicado por ele e pelo ex-vereador João Emanuel não receberam o dinheiro porque investidores estrangeiros ficaram receosos de aplicar dinheiro no Brasil durante o período que antecedeu ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele explicou a juíza Selma Arruda, durante depoimento, que além da queda dos investimentos, as agências de risco abaixaram a nota do Brasil. Tudo isso, segundo ele, afetou diretamente os negócios da Soy Group empresa pertencente a Walter Magalhães, que delatou o esquema de estelionato ao MPE.

"Foram tratadas todas essas operações fora de nós, sem que eu soubesse, eu fui ver aqui depois de toda essa 'tempestade' na minha cabeça", afirma. 

Lázaro Moreira Lima:

À juíza Selma Arruda, o irmão de João Emanuel alega que as denuncias são falsas e que ele foi contratado para prestar serviços de assessoria jurídica a Soy Group e que os três receberiam 1 milhão de dólares pelo serviço. Entretanto, segundo Lázaro, o valor não foi pago e Walter sugeriu que os três advogados ingressassem como sócios da empresa para receber os honorários.
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