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Defesa crítica Silval e vê confissão contra próprio filho como ato "bárbaro" para deixar a cadeia

19 Jun 2017 - 17:27

Da Redação - Arthur Santos da Silva/ Da Reportagem Local - Paulo Fanaia

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Defesa crítica Silval e vê confissão contra próprio filho como ato
O advogado João Cunha, atuante na defesa do procurador de Estado aposentado Francisco Lima, ainda aguarda ter contato com a confissão do ex-governador Silval Barbosa. Enquanto espera pelas palavras do antigo chefe do Executivo, Cunha vê a confissão de Silval contra o próprio filho, Rodrigo Barbosa, como um ato bárbaro para deixar a cadeia.
 
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“Eu aguardo para conhecer o conteúdo dessa confissão que foi apresentada perante provavelmente a delegacia fazendária e promotores de Justiça. Essa prova não foi judicializada. Será judicializada. Assim que for judicializada há de permitir reperguntas, Há de permitir maiores esclarecimentos. Não basta alguém, para sair da cadeia, falar barbaridades que eles querem ouvir. Tem que dizer a verdade e provar a verdade que diz”, afirmou.
 
Silval teria relatado que seu filho recebeu valores como propinas pagas por empresas que possuíam contratos com o governo do Estado. As informações constam da decisão firmada pela magistrada Selma Rosane Arruda, da Sétima Vara Criminal, que substituiu a prisão de Silval, após confissões, por uma detenção domiciliar.
 
“ Ele [Silval] incriminou o filho. Antigamente se dizia que o Judeu vendia a mãe, mas não entregava. Algumas outras nacionalidades entregavam a mãe. Filho eu nunca vi. Eu acho que isso realmente é bárbaro. É algo incomum. Mas nós precisamos esperar a prova”, afirmou João Cunha.
 
João Cunha compareceu ao Fórum de Cuiabá para acompanhar depoimento nesta segunda-feira (19), pela ação proveniente da Operação Sodoma, em sua quarta fase.

A Operação

O foco da Quarta fase da Operação Sodoma, desencadeada no dia 26 de setembro de 2016, foi o desvio de dinheiro público realizado por meio de uma desapropriação milionária paga pelo governo Silval Barbosa durante o ano de 2014.

Na ocasião, o ex-governador teve novamente uma prisão preventiva cumprida, além de Marcel De Cursi, Arnaldo Alves, Silvio César Correia Araújo e V.A.P. (Decisão Judicial)
 
Para prestarem interrogatórios, foram conduzidos coercitivamente V.P.J. (Decisão Judicial), Eronir Alexandre, Marcelo Malouf, José Mikael Malouf, Willian Soares Teixeira, além do cumprimento de buscas e apreensão em residências e empresas dos investigados.



Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, procurador de Estado aposentado, foi detido por força de mandado de prisão preventiva no Rio  de Janeiro (RJ), por policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
 
Os investigados V.A.P. (Decisão Judicial) e Arnaldo Alves tiveram os mandados de prisão cumpridos em Brasília, com apoio da Polínter do Distrito Federal.

As diligências realizadas evidenciaram que o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, na capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel, se deu pelo propósito específico de desviar dinheiro público do Estado de Mato Grosso em benefício da organização criminosa liderada pelo ex-governador Silval da Cunha Barbosa.

Ficou comprovado na investigação que, além de Silval Barbosa, participaram da fraude Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretario de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretario de planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do Intermat), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso, Filinto Muller, e os empresários V.A.P. e V.P.J. (Decisão Judicial), pai e filho.

De todo o valor pago pelo Estado pela desapropriação, metade, ou seja, R$ 15.857.000,00 retornaram via empresa SF Assessoria e Organização de Eventos, de Propriedade de Filinto Muller em prol do grupo criminoso.

De acordo com a investigação, a maior parte do dinheiro desviado no montante de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais) pertencia a Silval Barbosa, ao passo que o remanescente foi dividido entre os demais participantes, no caso Pedro Nadaf, Marcel De Cursi, Arnaldo Alves de Souza Neto, Afonso Dalberto e Chico Lima.

Além de diversas colaborações premiadas, confissões e análise documental que auxiliaram a desvendar todo o ‘modus operandi’  do esquema milionário de desvio de dinheiro público, a prova material obtida com os afastamentos de sigilos bancários e fiscal corroboraram a participação de todos os envolvidos, não deixando quaisquer dúvidas quanto às suas respectivas atuações neste esquema criminoso
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