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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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Empresa envolvida em fraude do VLT só tinha quatro funcionários e não atuava desde 1986

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Empresa envolvida em fraude do VLT só tinha quatro funcionários e não atuava desde 1986
O grupo de empresas utilizado pelo ex-governador Silval Barbosa para desviar cerca de R$ 16 milhões dos cofres públicos não atuava desde 1986. A informação está no inquérito da Polícia Federal sobre a Operação Descarrilho. As investigações demonstraram que a escolha do Veículo Leve Sobre Trilhos serviu para desviar verbas públicas e que o dinheiro pagaria dívidas de campanha de Silval Barbosa. 

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O inquérito aponta que o ex-governador foi beneficiado por um empréstimo da empresa Todeschini Construções e Terraplanagem LTDA, junto ao banco Rural, no valor de R$ 29 milhões.  A Polícia Federal descobriu que a empresa não tinha capacidade técnica  e que não possuía apenas quatro empregados no período em que o subcontrato foi firmado. Entre 2010 e 2013, período em que as obras deveriam ser realizadas, nenhum novo funcionário foi contratado pela construtora. 

De acordo com os depoimentos colhidos pela PF, a Todeschini passou a funcionar somente no papel a partir de 1998, quando adquiriu a empresa Constil Construções Ltda. A Constil, e a Todeschini somam-se a empresa COHABITA Construções Ltda, que também foi utilizada para desvio de verbas. Os policiais federais foram até a sede esta última e não encontraram nenhuma placa indicando atividade da construtora e nenhum funcionário visitou o local.

As informações corroboraram a tese dos investigadores de que a licitação não foi só direcionada, mas também usada como fonte de desvio de dinheiro público, através de um grupo de empresas fantasmas. Ainda conforme o relatório, o desvio foi realizado através de transações fracionadas, para impedir que as movimentações suspeitas fossem constadas pelos órgãos fiscalizadores.

Para pagar o empréstimo, a COHABITA Construções Ltda foi subcontratada pela empresa CR Almeida, empresa responsável pelo Consórcio VLT. 

Uma análise bancária realizada pela Polícia Federal revelou que um dos principais destinatários para os recursos do Consórcio VLT foi a empresa COHABITA Construções Ltda, que recebeu, apenas no período compreendido entre 01 de julho 2012 e 13 de março de 2014, R$ 16 milhões.

Operação Descarilho

As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), em vias de serem retomadas com a proximidade de acordo entre Consórcio e Governo, voltaram às páginas policiais no último dia 9 de agosto, com a operação Descarrilho, deflagrada pela Polícia Federal, para apurar possíveis irregularidades na escolha do modal para operar na região metropolitana de Cuiabá. Entre os alvos da operação está o ex-secretário da Secopa Maurício Guimarães, conduzido coercitivamente.

A ação apura os crimes de fraude a procedimento licitatório, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de capitais, em tese ocorridos durante a escolha do modal VLT e sua execução na Capital de Mato Grosso.

Foram cumpridos 18 mandados de busca e apreensão, sendo 10 em Cuiabá (MT), um em Várzea Grande (MT), um em Belo Horizonte (MG), um no Rio de Janeiro (RJ), um em Petrópolis (RJ), dois em São Paulo (SP) e dois em Curitiba (PR). 
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