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TESTEMUNHA

Alexandre César defendeu legalidade de parecer que gerou desvio de R$ 15 milhões na Sodoma

25 Ago 2017 - 14:10

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Olhar Direto

Alexandre César

Alexandre César

Em maio e junho deste ano, durante depoimentos na ação penal que julga a terceira fase da “Operação Sodoma”, o procurador do Estado Alexandre César defendeu a legalidade do parecer formulado pelo ex-colega Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (vulgo “Chico Lima”). Foi este parecer que permitiu a desapropriação de terreno no Bairro Jardim Liberdade, o que viabilizou o desvio de R$ 15.857.000,00 à organização criminosa liderada pelo ex-governador do Estado Silval da Cunha Barbosa.

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Nesta quinta-feira (24), o Brasil conheceu o rosto do ex-deputado Alexandre César no momento em que ele pega maços de dinheiro vivo e os coloca na mochila, como suposto “mensalinho” dado pelo hoje delator premiado, Silval Barbosa.

O teor das filmagens se encontra no Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante audiência realizada no dia 05 de maio deste ano, César, na qualidade de testemunha de defesa de Chico Lima, explicou que o parecer, da forma em que foi elaborado pelo réu, tem caráter meramente opinativo, isto é, sem força de lei. 

“Como a própria palavra diz é um parecer, aquilo que me parece, que eu, como procurador, vejo diante daquela situação e por mais que tenha o aval da PGE não é algo definitivo”, explicou. 

Na ocasião, ainda negou possuir laços pessoais com Lima. Disse que seu contato na PGE era meramente profissional.

No dia 19 de junho deste ano, à juíza Selma Arruda, Alexandre César foi novamente ouvido sobre este processo, também na qualidade de testemunha de defesa. 

Ele insistiu na legalidade do parecer de Chico Lima. 

Para o Ministério Público Estadual (MPE), o parecer era bem menos inofensivo.

Diligências evidenciaram que o parecer de Francisco Lima Filho autorizou o pagamento da desapropriação do imóvel conhecido por Jardim Liberdade, localizado nas imediações do Bairro Osmar Cabral, nesta capital, no valor total de R$ 31.715.000,00 à empresa Santorini Empreendimentos Imobiliários Ltda, proprietária do imóvel.

A desapropriação se deu pelo propósito específico de desviar 15.857.000,00 em dinheiro público do Estado de Mato Grosso. Dessa quantia, De acordo com a investigação, a maior parte, o montante de R$ 10.000.000,00, ficou com Silval Barbosa, que hoje confessa que usava esse dinheiro para pagar propina.

Ficou comprovado na investigação que participaram dessa fraude além de Silval Barbosa, as pessoas de Pedro Jamil Nadaf (ex-secretario chefe da Casa Civil), Francisco Gomes de Andrade Lima Filho (procurador de Estado aposentado), Marcel de Cursi (ex-secretario de fazenda), Arnaldo Alves De Souza Neto (ex-secretario de planejamento), Afonso Dalberto (ex-presidente do INTERMAT), além do proprietário do imóvel Antonio Rodrigues Carvalho, seu advogado Levi Machado, o operador financeiro do grupo criminoso Filinto Muller e os empresários Valdir Piran e Valdir Piran Junior, pai e filho.

Imagens reveladas pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, nesta quinta-feira (24) revela o momento exato em que Alexandre César, então deputado Estadual pelo Partido Trabalhista (PT), recebe dinheiro vivo, que segundo Silval, seria um “mensalinho”, e o coloca em uma mochila preta.

Ao Olhar Jurídico, Alexandre César se manifesta dizendo: “Não tive acesso ao conteúdo da denúncia em razão do sigilo do processo. Assim, não tenho como me manifestar até que tenha conhecimento”.
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