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Martinello confirma Prodeic, mas nega propina de R$ 1 milhão para vice-governador Fávaro

29 Ago 2017 - 08:45

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Reprodução

Osvaldo Martinello

Osvaldo Martinello

Citado na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa, o presidente do Conselho de Administração da empresa Eletromóveis Martinello, Osvaldo Martinello, desmentiu a acusação de que teria pago propina milionária para o atual vice-governador Carlos Fávaro. Confirmou, entretanto, que a empresa recebeu Prodeic, mas de maneira legalizada. A nota foi emitida na noite desta segunda-feira (28).

Leia mais:
Empresa pagou R$ 1 milhão em propina a vice-governador Fávaro para quitar dívida de Geller, acusa Silval

“Apoiamos, incondicionalmente, os trabalhos de investigação que estão ajudando a passar o Estado de Mato Grosso e o país a limpo”, abre a mensagem do empresário Osvaldo Martinello. “Ficamos estarrecidos com a fantasiosa declaração sobre irregularidade na concessão do Prodeic à nossa empresa e indignados com a tentativa leviana do ex-governador de incutir uma decisão de caráter político ao processo, pois jamais houve pagamento ou favorecimento a quem quer que seja”, afirma.

“A concessão do Prodeic à nossa, e diversas outras empresas do mesmo segmento, passou por todos os trâmites regulamentares e cumpriu todas as exigências legais e formais, tendo sido aprovada pelo CEDEM – Conselho Estadual e Desenvolvimento Empresarial – que é formado por diversas entidades representativas de classe e órgãos governamentais e homologado pela Sefaz, ou seja, não se tratou de decisão individual do Senhor ex-governador, que sequer participou do processo de enquadramento”, segue a nota, que conclui.

“Cabe ressaltar que todas as etapas do enquadramento são de domínio público, publicadas no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso. Somos uma empresa transparente, que atua há mais de 28 anos no Estado de Mato Grosso com seriedade, responsabilidade e, acima de tudo, ética. Acreditamos na nossa Justiça, que fará prevalecer o bem e a verdade. Por fim, como sempre, estamos à disposição dos órgãos competentes para eventuais esclarecimentos”.
 
A acusação:

Narra Silval Barbosa em sua delação premiada que na campanha de 2010, o atual vice-governador Carlos Fávaro emprestou aproximadamente R$ 1 milhão para Neri Geller, ex-ministro da Agricultura, atual secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, para que utilizasse na campanha a deputado federal naquele ano.

Em 2011, Silval foi procurado por Geller e por Fávaro. Aquele confidenciou que ainda devia este R$ 1 milhão ao vice-governador, mas não tinha condições de honrar o compromisso. Silval apenas lamentou, não tendo como ajudar, pois já havia assumido muitas dividas.

Surgiu então uma solução: recorrer a um empresário do ramo de móveis, chamado Osvaldo Martinello, de Lucas do Rio Verde, sendo que se o colaborador concedesse incentivo fiscal para as empresas de Martinello, ele pagaria de propina essa divida que Neri tinha com Carlos Fávaro, tendo o colaborador concordado e pedido para eles procurarem o Secretario da SICME, atual SEDEC.

O governador autorizou a concessão do Prodeic à Eletromóveis Martinello, mesmo sabendo que se tratava de empresa de comércio. Após a concessão do Prodeic, o colaborador conversou com Neri Geller e Carlos Fávaro, tendo ambos confirmado que o empresário pagou a dívida e o problema já estava resolvido.

O outro lado:

O vice-governador do Estado emitiu a seguinte nota: 

"A informação do ex-governador Silval Barbosa é falsa e caluniosa. Carlos Fávaro emprestou insumos  agrícolas para Neri Geller em sua propriedade e, em nenhum momento, essa negociação envolveu transferência de valores. A dívida foi paga somente dois anos depois, parte inclusive, com equipamentos e maquinários usados. Silval Barbosa deve ter tido conhecimento da dívida que Neri Geller possuía e faz agora mentirosas ilações para justificar sua delação, confundindo propositalmente a realidade dos fatos. É preciso que a Justiça exija provas efetivas e proteja cidadãos  que cumprem a lei".

Nerri Geller, por sua vez, confirmou a versão de Fávaro e diz que a dívida se tratava de empréstimo de fertilizantes, quantia que foi quitada com uma colheitadeira. Ele diz não saber porque Silval inventou esta história sobre ele, e se diz "triste e chateado" pelo que tem visto na imprensa contra ele.  
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