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CONFISSÃO?

Coronel Lesco e esposa pedem reinterrogatório; delegado adianta: "se for para negarem, não temos interesse"

09 Out 2017 - 10:15

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: OlharDireto

Casal Lesco

Casal Lesco

A defesa do Coronel da Polícia Militar (PM) Evandro Alexandre Lesco, ex-chefe da Casa Militar de Mato Grosso, e de sua esposa, a personal trainer Helen Christy Lesco, solicitou na última sexta-feira (06) que sejam reinterrogados pelos delegados da Polícia Judiciária Civil Ana Cristina Feldner e Flávio Stringueta. O pedido ainda será apreciado na tarde desta segunda-feira (09).

Ao Olhar Jurídico, na manhã desta segunda-feira (09) Stringueta adiantou que só atenderá ao pedido do casal se ambos estiverem dispostos a colaborar com as investigações. “Por enquanto, não temos interesse. Eles já tiveram a chance deles”, adiantou.

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O Coronel Evandro Lesco e sua esposa, Helen Lesco, são acusados de integrar a organização criminosa formada por agentes da Polícia Militar e secretários de Estado que interceptavam de maneira ilegal uma lista de pessoas não eram investigadas por crimes. Os meios utilizados pelo chamado “grupo” incluíam sistema virtual de grampeamento, “Sentinela”, e câmeras instalados em uniformes. O casal teria ainda tentado obstruir as investigações da Polícia Civil.

O esquema foi desbaratado pela “Operação Esdras”, deflagrada no dia 27 de setembro por agentes da PJC, sob coordenação da delegada Ana Cristina Feldner e com a autorização do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Interrogados nos dias 02 e 03 deste mês, o casal negou-se a contribuir com as investigações, por estratégia de defesa, mantendo silêncio até eventual abertura de ação penal.

Silêncio este que se choca com as confissões de dois interrogados: do empresário José Marilson da Silva, apontado como o responsável pelo desenvolvimento do sistema ilegal de interceptações e do sargento da Polícia Militar João Ricardo Soler, que admitiu instalar equipamentos de espionagem no uniforme do tenente coronel José Henrique Soares para “atender amigavelmente” pedido do coronel Evandro Lesco.

“Se for para a gente perder tempo, não vamos chamar não”:

Para o delegado Flávio Stringueta, se o casal Lesco não manifestar, até a noite de hoje, interesse em contribuir com o esclarecimento do caso, não há razão para ouvi-los novamente. “Eles protocolaram um pedido de reinterrogatório, mas nós não temos interesse, a não ser que eles manifestem antes se vão falar alguma coisa. Não tem nada marcado até agora não. Eles tiveram a chance deles. Não falaram quando podiam. Se for só para eles negarem, para nós não há interesse. Provavelmente o reinterrogatório nem vai acontecer. Esperamos que os advogados nos procurem, se não nós vamos procurar para saber deles o que eles querem. Se eles vão sonegar (informações) ou proteger os outros e ficar em silêncio? Certamente que todo mundo está protegendo uns aos outros”, explicou na manhã desta segunda-feira (09) ao Olhar Jurídico.
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