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GRAMPOLÂNDIA

Confissão não garantirá liberdade a personal trainer, diz delegado Flávio Stringueta

14 Out 2017 - 16:40

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino/OlharDireto

Helen Dias Lesco

Helen Dias Lesco

O delegado da Polícia Civil Flávio Stringueta afirma que na PJC a política de confissão em troca de liberdade não funciona e que, mesmo admitindo sua participação na obstrução às investigações do esquema de grampos ilegais no Estado, a personal trainer Helen Lesco, esposa do Coronel da Polícia Militar Evandro Lesco, não deixará Penitenciária Ana Maria Couto, ao contrário do que se especulava no último dia 10, após o casal ser reinterrogado pela delegada Ana Cristina Feldner.

A dupla de delegados se despedem das investigações da chamada “Grampolândia Pantaneira”, após a decisão proferida pelo ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no último dia 12, de assumir para si a relatoria do caso, retirando das mãos de Orlando Perri, desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

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Stringuetta foi questionado por Olhar Jurídico sobre a aliança que Helen Lesco usava ao deixar seu interrogatório, que durou cerca de 4h, o que poderia indicar relaxamento de medida cautelar. Negou ser o caso. Explicou que o objeto de valor foi retirado de seu dedo na chegada da Penitenciária onde ela cumpre prisão preventiva há 18 dias.

“Não será solta por nós, só se os advogados conseguirem algo, o que não acredito”, declarou o delegado à reportagem.

Provocado se as confissões de Evandro e Helen Lesco teriam força suficiente para posteriormente alegar-se contribuição às investigações, o delegado nega. “Não, até porque a confissão deles não ajuda em nada. Contra eles já temos provas suficientes”.

Os depoimentos ocorreram no dia 10, se iniciaram às 14h30 e foram encerrados por volta das 18h30. Evandro Lesco foi o primeiro a sair do prédio do Tribunal de Justiça (TJ), sendo conduzido para um veículo da PM que o levou para prisão. Já Helen Lesco, deixou o edifício pela garagem, em um veículo da Polícia Civil, coberta por um lençol branco para proteger o rosto. Imagens exclusivas do fotógrafo Rogério Florentino, de Olhar Direto, revelam a aliança que ela usava no dedo, o que não é permitido a presos da Penitenciária Ana Maria Couto.

A “Operação Esdras” foi desencadeada no dia 27 de setembro após o depoimento prestado pelo tenente coronel da Policia Militar José Henrique Costa Soares, revelou um verdadeiro esquema criminoso para frear as investigações sobre interceptações ilegais e afastar o desembargador Orlando Perri do caso.
 
Conforme os autos, em depoimentos prestados por Soares “descortinou-se um sórdido e inescrupuloso plano” no intuito de interferir nas investigações policiais e macular a reputação do desembargador Orlando Perri em todos os inquéritos instaurados.

Segundo o processo, Costa Soares foi convocado para atuar como escrivão no inquérito do caso grampos. Logo da convocação, a suposta organização criminosa teria buscado sua cooptação.
 
Seria tarefa do tenente coronel a juntada de informações sobre Perri para provocar a suspeição do magistrado.
 
Na Operação Esdras foram cumpridas medidas contra Paulo Taques, coronel Airton Benedito de Siqueira Júnior, o ex-secretário de Estado Rogers Eizandro Jarbas, o corornel Evandro Aexandre Ferraz Lesco, o sargento João Ricardo Soler, o major pm Michel Ferronato, Helen Christy Carvalho Dias Lesco (esposa de Lesco), o empresario José Marilson da Silva e o advogado Marciano Xavier das Neves.

Possível saída de Stringuetta das investigações:

Mauro Campbell retirou das mãos do desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) a relatoria da “Grampolândia Pantaneira”, nesta quinta-feira (12). Assim, ficará responsável por seis inquéritos sobre o caso, incluindo os próximos que poderão surgir. Por conta disto, os delegados Ana Cristina Feldner e Flávio Stringuetta, que participavam das investigações, deverão ser remanejados.
 
O ministro do STJ ficará responsável, à partir de agora, pelo inquérito policial n. 63349/2017 que investiga a participação de membros do Ministério Público Estadual no esquema de grampos; pelo Inquérito Policial Militar n. 66673/2017, que investiga crimes militares e pelo Inquérito Policial n. 71814/2017, que investiga participação de magistrado nas quebras telefônicas ilegais.
 
Ainda o Inquérito Policial n. 78323/2017, que investiga crimes de interceptação telefônica ilegal e denunciação caluniosa, em tese, praticados por Paulo César Zamar Taques, ex secretário de Casa Civil; Inquérito Policial n. 87131/2017 que investiga escutas clandestinas ocorridas em 2016, nas eleições de Lucas do Rio Verde; e finalmente Inquérito Policial n. 87132/2017, que investiga crimes comuns praticados por militares e civis.
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