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Quinta-feira, 16 de maio de 2024

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SODOMA

"Ganancioso", Lima é condenado a 15 anos; "longa manus", Silvio pega 5 anos após colaborar

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Chico Lima, procurador de Mato Grosso aposentado, condenado a 15 anos e 6 meses de reclusão. Silvio Cezar Correa Araújo, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa, condenado a 5 anos e 2 meses.  Karla Cecilia de Oliveira Cintra, secretária de Pedro Nadaf, condenada a 3 anos e 8 meses. As penalidades constam da sentença em processo da Operação Sodoma, primeira fase. Os nomes eram encarados pelo público como personagens quase figurantes. A juíza Selma Arruda, porém, enfatizou o papel de cada um na organização criminosa.


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O processo julgou os crimes de organização criminosa, concussão e lavagem de dinheiro. Segundo Selma, Chico Lima, assim como seu “líder” Silval Barbosa e o colega Pedro Nadaf, foi um dos principais articuladores e executores dos esquemas.
 
A magistrada da Vara Contra o Crime Organizado de Cuiabá considerou que Lima foi designado especialmente para atuar em casos que interessavam à organização criminosa, manipulando pareceres e desfavorecendo a Administração Pública.
 
“Não há relatórios psicossociais a autorizarem a valoração de sua personalidade, porém, há referências à sua ganância desmesurada, quando tanto o réu confesso Silvai quanto Pedro Nadaf afirmam que teria que ser controlado, senão ‘venderia o Estado’”, afirmou a juíza. A pena será cumprida no regime fechado.
 
No caso, a Sodoma investigou esquema criminoso montado para desviar recursos do erário público, com a finalidade de pagar despesas de campanha política e angariar recursos decorrentes do pagamento de propina.
 
Silvio Cezar Correa Araújo foi identificado como “elemento” da extrema confiança do líder Silval Barbosa. O ex-chefe de gabinete agia em nome do ex-governador em várias circunstâncias.

“Na gestão de Silvai Barbosa foi designado especialmente para atuar como seu “longa manus” em casos que interessavam à organização criminosa, desfavorecendo a Administração Pública”, afirmou Selma Arruda na sentença.
 
Silvio chegou a firmar delação premiada. Ocorre que, embora tenha confessado parcialmente a autoria do delito de organização criminosa, Sílvio foi bastante reticente em seu interrogatório em alguns pontos. Sem tanta eficácia, a colaboração garantiu a diminuição da pena pela metade. A detenção será cumprida em regime domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica.
 
As investigações constataram que a antiga Secretaria de Estado da Indústria e Comércio, Minas e Energia (Sicme), atual Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), concedeu incentivos fiscais, via Prodeic, de forma irregular para empresas. A vítima central apontada no processo foi o empresário João Batista Rosa.  

Karla Cecilia de Oliveira Cintra envolveu-se na organização criminosa por meio de Pedro Nadaf, agindo como secretária da organização.
 
Segundo os autos, Karla era a emissora das notas fiscais falsas que mensalmente justificavam o pagamento de propina.
 
A secretária firmou delação premiada, se beneficiando com a redução da pena em 2/3. O regime de cumprimento da pensa será o aberto.

Réus

São réus e condenados no processo: Silval da Cunha Barbosa, Pedro Jamil Nadaf, Marcel Souza de Cursi, Francisco Andrade de Lima Filho, Sílvio César Correia Araújo e Karla Cecília de Oliveira Cintra.
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