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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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OPERAÇÃO CASTELO DE AREIA

​Falso chinês que atuou em golpe de R$ 50 milhões com João Emanuel é intimado

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

​Falso chinês que atuou em golpe de R$ 50 milhões com João Emanuel é intimado
O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da Vara Especializada Contra o Crime Organizado, intimou Mauro Chen Guo Quin a apresentar resposta sobre as acusações feitas contra ele, de que teria atuado em uma organização criminosa que praticava o crime de estelionato, juntamente com o ex-presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá, João Emanuel. O esquema foi investigado na Operação ‘Castelo de Areia’, deflagrada em agosto de 2016.
 
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A organização criminosa aplicou golpes causando prejuízos que ultrapassam R$ 50 milhões. João Emanuel era o responsável por ‘traduzir’ a fala do falso chinês Mauro Chen Guo Quin, com a intenção era dar maior credibilidade ao negócio.

“De acordo com uma das vítimas, o João Emanuel teria até traduzido a fala do falso chinês, fazendo uma verdadeira farsa. Um intérprete que não entende direito mandarim. O esquema era muito bem montado, tinham um escritório na avenida Historiador Rubens de Mendonça (CPA) que transmitia segurança e fazia com que as vítimas caíssem no golpe”, disse o delegado Luiz Henrique Damasceno ao apresentar as informações sobre a operação.

Ainda conforme o delegado, as vítimas chegavam a ser levadas para o Chile. “Lá, eles tinham escritórios montados para conseguir arrecadar estes valores”, explica.

“A vítima contou que foi oferecido um investimento, onde ela teria que pagar R$ 50 milhões adiantados para conseguir lucrar. Houve esta questão do falso chinês, que era como uma credibilidade. Também vale ressaltar que não houve dinheiro público envolvido nesta questão”, finalizou o delegado.

No Diário de Justiça desta quarta-feira (5) foi publicado o edital de citação que intima Mauro. O juiz Jorge Luiz Tadeu menciona que foi oferecida denúncia pelo Ministério Público contra oito pessoas, pelos crimes de organização criminosa e estelionato, entre elas o suposto chinês. Ele menciona que Mauro está “atualmente em lugar incerto e não sabido”.

Foram denunciados: o ex-vereador João Emanuel Moreira Lima; o juiz aposentado Irênio Lima Fernandes; os empresários Walter Dias Magalhães Júnior, Shirlei Aparecida Matsouka Arrabal e Marcelo de Melo Costa; o advogado Lázaro Roberto Moreira Lima; o contador Evandro José Goulart; e o comerciante Mauro Chen Guo Quin.

O magistrado então intimou Mauro a apresentar resposta à Justiça em um prazo de 10 dias. Caso isto não aconteça, o juiz determinou que “abra-se vista ao Ministério Público para se manifestar acerca da necessidade de decretação da prisão preventiva e produção antecipada de provas”.

Castelo de Areia
 
A Polícia Civil deflagrou na manhã do dia 26 de agosto de 2016, a operação “Castelo de Areia”, para cumprimento de cinco mandados de prisão preventiva, sete buscas e apreensão e uma condução coercitiva. Entre os alvos, segundo a investigação, estava o ex-vereador e presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, João Emanuel Moreira Lima. Ele foi preso.

A organização criminosa tem o seguinte modus operandi: inicialmente captavam pessoas que tinham interesse em obter empréstimos com juros menores ou de investir em empreendimentos imobiliários; em seguida acertavam o valor do suposto empréstimo ou do investimento, que são sempre de valores altíssimos; firmavam pré-contratos do suposto empréstimo/investimento; e, após, solicitavam determinada quantia (sempre valores altos, proporcionais ao valor do suposto empréstimo) que, segundo eles, era necessária para a concretização do empréstimo/investimento; após receber os valores repassados pelas vítimas começavam a dar ‘desculpas’, não empregavam os valores conforme prometido e tampouco devolviam as quantias pagas pelas vítimas.

Consta da denúncia que os acusados praticaram golpes milionários por intermédio  das empresa American Business Corporation Shares Brasil Ltda e Soy Group Holdin America Ltda. Referidas pessoas jurídicas atuavam, em tese, no ramo de mercado financeiro com a captação de recursos no exterior, cujas taxas de juros teriam, supostamente, valor inferior ao praticado no Brasil, atraindo, assim, o interesse de investidores, agricultores e empresários.
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