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Sábado, 27 de abril de 2024

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ADVOGADO MORTO

"Os fatos são muito recentes e é uma investigação complexa", diz conselheiro federal da OAB sobre execução de Zampieri

Foto: Reprodução / OD

O advogado de Mato Grosso e Conselheiro Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Ulisses Rabaneda, afirmou que a instituição está acompanhando as investigações sobre o homicídio do jurista Roberto Zampieri, 57 anos, executado a tiros no último dia 5, enquanto saía do seu escritório no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá.

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“Nós já tivemos conhecimento que a diretoria esteve com o secretário de Segurança, que a diretoria da OAB, na pessoa da presidente Gisela, esteve com o delegado do caso; o nosso diretor nacional, Leonardo Campos, esteve no local do fato, no dia em que os fatos aconteceram, de modo que está havendo um acompanhamento”, disse Rabaneda à imprensa nesta segunda-feira (18).

Entre as hipóteses da motivação do assassinato, há denúncia de dois irmãos ex-clientes de Zampieri, que alegam que ele teria se apropriado de R$ 500 mil. Boletim de ocorrência chegou a ser registrado em 2021, no entanto, o delegado Nilson Farias, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelo caso, ponderou que não pode afirmar de forma categórica que este tenha sido o motivo do crime.

Sobre essa possibilidade, de o homicídio ter sido motivado pela atuação profissional de Zampieri, Rabaneda foi categórico ao afirmar que a punição ao culpado deverá ser exemplar.

“Qualquer violência contra o advogado é preocupante, o advogado não está ali para falar em nome próprio, ele está ali para defender o direito de alguém. Então, a partir do instante em que você tem um advogado sendo ofendido, sendo violado, sendo atacado e, num caso extremo como esse, sendo assassinado por conta do seu ofício, é algo que precisa de uma apuração séria, rígida e uma punição exemplar”.

Questionado se há uma demora nas investigações conduzidas pela DHPP, que ainda trabalha com todas as hipóteses e já quebrou o sigilo telefônico do advogado para elucidar o caso, Rabaneda apontou que os fatos são muito recentes e a apuração é complexa. Até o momento, nenhum suspeito foi detido.

“Não podemos chegar a uma conclusão que há uma demora na investigação, os fatos são muito recentes, não há dúvida que é uma investigação complexa e eu tenho certeza absoluta que o nosso aparato estatal de investigação vai consegui chegar nos mandantes, nos autores desse crime, que preocupa não só a sociedade, não só a advocacia, mas deve preocupar as autoridades e a todos, porque um caso desses não pode ficar impune”.

Pistoleiro profissional, o assassino do advogado Roberto Zampieri utilizou uma caixa de isopor coberta com saco de lixo preto para tentar abafar os barulhos dos dez tiros que executaram o jurista na porta de seu escritório, na rua Topázio, bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, na noite do dia 5 de dezembro.

De acordo com o delegado, o objeto encontrado foi jogado próximo a muro de outro escritório de advocacia, na esquina de cima do local do crime, foi utilizado para tentar evitar que o barulho dos disparos chamasse a atenção de policiais militares que atuam na base instalada duas ruas para cima da via onde Zampieri foi executado.

Segundo a autoridade policial, pelo agrupamento dos disparos feitos pelo criminoso, pela janela do passageiro da Fiat Toro branca, é possível afirmar que ele é profissional e sabia o que estava fazendo. Farias afirmou que o crime foi premeditado e que o assassino esperou cerca de uma hora em frente ao escritório do advogado. O delegado também afirmou que a rotina do jurista foi estudada pelo mandante do crime, que ainda não foi preso.
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