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Domingo, 28 de abril de 2024

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TIGRE BUSCA SAÍDA

Mixto Esporte Clube entra em recuperação judicial por dívidas de R$ 1,3 milhão

Foto: Reprodução

Mixto Esporte Clube entra em recuperação judicial por dívidas de R$ 1,3 milhão
A juíza Anglizey Solivan de Oliveira, da 1ª Vara Cível de Cuiabá, aprovou a recuperação judicial do Mixto Esporte Clube, time de futebol tradicional da capital, que busca restabelecer suas atividades econômicas por dívidas de R$ 1,3 milhão. Decisão da magistrada foi proferida nesta terça-feira (19).

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Na inicial, o clube apontou, dentre outros, os fatos e razões que o levaram à crise-econômica financeira. A primeira ocorrida em 1999, quando o Tigre já amargava na Série C do Campeonato Brasileiro e teve que vender a sede localizada na avenida Getúlio Vargas, para arcar com obrigações.
 
Um ano depois, já sem muitos resultados positivos nos anos anteriores, o time investiu R$ 300 mil, maior aposta da sua história, para disputar o estadual. No entanto, embora a alta expectativa com o investimento, foi o primeiro eliminado da competição.
 
Em 2008 conquistou seu 23º título mato-grossense, o que trouxe bom resultado financeiro. Em 2009, o time foi rebaixado para a série D do Brasileiro após campanha frustrada. Em 2010 até teve algumas vitórias animadoras, mas não conseguiu retornar à série C, permanecendo na mesma forma até os presentes dias.
 
Em 2014, ano que a Copa do Mundo Fifa teve sede em Cuiabá, o time completava 80 anos, data que o então presidente, Éder Moraes, foi preso acusado de desvio de dinheiro público enquanto secretário estadual.
 
Éder também foi acusado de ter usado o “clube mais querido de Mato Grosso” para lavar dinheiro público, o que prejudicou a imagem do time perante investidores e patrocinadores.
 
Houve ainda denúncia que relacionou o clube a possível desvio de R$ 700 mil, valor que deveria ter sido usado para contratação de jogadores.

O caso resultou em ações trabalhistas movidas pelos atletas e funcionários prejudicados, julgadas procedentes, o que resultou na dívida do time. Segundo o pedido de recuperação, assinado pelos advogados João Tito Neto e Karlos Lock, do escritório Lock Advocacia, a dívida atingiu “patamares impagáveis”.
 
Já em 2019, enfrentando uma “severa crise estrutural”, conseguiu vaga na Copa do Brasil, rendendo premiação que foi usada para negociar dívidas e fazer um acordo de unificação de mais de 30 processos trabalhistas junto ao TRT 23ª Região,utilizando como pagamento mensal a verba das loterias Timamania, verba esta que foi retirada do time em 2021, causando mais perdas de receita.
 
Sem a verba do Timemania, o Mixto esbarrou em mais dificuldades para arcar com inscrições em campeonatos, uniformes, bolas, ajuda de custo aos jogadores e voluntários.
 
Além disso, atraso de fornecedores, prejuízos com credores, perda de patrocínio e investimentos, uma vez que todo valor que entra é destinado para quitação da dívida, também foram os fatores que resultaram na crise.
 
A dívida do clube já diminuiu consideravelmente e com a decisão favorável ao pedido de recuperação, vai poder se reorganizar enquanto mantém as suas atividades.
  
“O Mixto vai poder se reorganizar economicamente através dessa recuperação judicial. Com base na nova lei da SAF houve a possibilidade de clubes de futebol se valerem desse recurso. Sou torcedor do Mixto desde pequeno e é uma grande satisfação poder contribuir para a reestruturação do clube”, afirmou João Tito, que assinou o pedido.
 
Com a recuperação judicial, o Mixto poderá se reorganizar e por um fim na crise que se arrasta. O clube, porém, têm alguns deveres e prazos a serem cumpridos. Como apresentar em 60 dias um plano para se estruturar financeiramente e quitar os débitos com os credores. A maioria são ações trabalhistas, mas o clube também tem ativos com fornecedores.
 
Examinando o caso, a magistrada entendeu que o clube tem a capacidade de manter suas atividades e promover a negociação dos débitos com os credores, e deferiu o pedido.
 
Com a decisão, ela determinou a suspensão do bloqueio de receitas, de contas e expropriação de bens em valores do clube por conta ações judiciais. O prazo da suspensão vale por 180 dias e pode ser prorrogado pelo mesmo período.
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