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Pilhagem dos Corpos

Desembargador afirma que União tem participação no roubo de pertences dos mortos em acidente da Gol

10 Abr 2014 - 08:20

Da Redação - Katiana Pereira e Jardel P. Arruda

Foto: Divulgação

Desembargador afirma que União tem participação no roubo de pertences dos mortos em acidente da Gol
O processo que tramita na Justiça Federal sobre o pedido de indenização feito à União por familiares de vítimas do voo 1907 da Gol, que caiu na Serra do Cachimbo, em Mato Grosso, após ser atingido no ar por um jato Legacy, em setembro 2006, teve a decisão adiada. Familiares reclamam do desaparecimento de pertences de parte dos 154 mortos no acidente.

A  votação na quarta-feira (9), pela 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região em Porto Alegre, terminou em empate. O relator julgou improcedente a ação e o desembargador-presidente afirmou que existem provas de que a União tem participação no roubo de pertences dos mortos. A terceira desembargadora pediu vista do processo e, por isso, a decisão final sobre o caso deverá sair só em maio. A informação é do Estadão.

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Respondem ao processo a empresa responsável pela linha aérea, o Ministério Público de Brasília e a Aeronáutica, todos responsáveis pelo recolhimento dos pertences, guarda e entrega aos parentes. O acidente aconteceu quando dois pilotos norte-americanos (Joseph Lepore e Jan Paul Paladino) atingiram o Boeing da GOL, que caiu em meio a floreta Amazônica, causando a morte dos 154 passageiros. A época, aquele foi o maior acidente aéreo do Brasil, superado mais tarde pelo acidente com o voo 3054 da TAM, em 2007, no qual morreram 199 pessoas.

A denúncia se arrasta desde 2007, quando os familiares dos mortos do acidente aéreo denunciaram que maior parte dos objetos listados pelo MP não foram devolvidos pela GOL Linhas Aéreas. De acordo com parentes das vítimas do acidente, alguns pertences foram recuperados mais tarde.

Entre esses objetos, o celular da esposa de Maurício Saraiva foi entregue no Rio de Janeiro para conserto antes do reconhecimento/resgate dos corpos. Ele recebeu uma ligação do celular dela e conseguiu localizar o aparelho. “Chamaram-me de Pretinho, que era como ela me chamava. A pessoa, do outro lado da linha, disse que havia recebido o celular para consertar, lá no Rio de Janeiro”, afirmou.

Já Joana Batalha Ignácio, psicóloga e agente da Polícia Federal, uma das vítimas do acidente, teve um carro 0km comprado com seus documentos. Sua arma e seus documentos nunca foram entregues aos seus familiares.

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