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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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Eder detalha diferenças entre gestões Maggi e Silval e diz que peemedebista "emparedava" secretários para levantar recursos

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Eder detalha diferenças entre gestões Maggi e Silval e diz que peemedebista
Alvo da Operação Ararath, o ex-secretário de Fazenda Eder Moraes, em depoimento ao Ministério Público Estadual (MPE), detalha a diferença entre a maneira de gerir o Estado nas gestões Blairo Maggi e Silval Barbosa. Eder foi homem forte no governo dos dois gestores.

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Na gravação que o site Olhar Direto teve acesso, Eder garante ao MPE que os dois ex-governadores tinham maneiras muito diferentes de comandar o Estado, conseguir recursos para campanhas e gerir as pastas que compõem o Executivo estadual.

“Blairo Maggi sempre dizia: eu não quero saber. Se der algum problema, cada gestor responde por sua pasta. Vocês têm autonomia para isso”, afirmou Eder. Já Silval, segundo depoimento do ex-secretário de Fazenda, “ficava emparedando os secretários para saber como poderia arrumar mais recursos”.



Eder explica ainda que a maneira de conseguir dinheiro para as campanhas eleitorais, tanto próprias quanto de prefeitos do interior de Mato Grosso, era diferente em se tratando de Maggi e Silval.

“O Blairo (Maggi), quando foi candidato, colocou R$ 12 milhões ou R$ 13 milhões do bolso na campanha e ele tinha uma relação com as multinacionais. Então quando ele pedia recursos a essas empresas, elas davam por alegria”, afirmou Eder. Ele continua o depoimento dizendo que “Blairo não entra nesse varejo. Ele nunca me chamou e disse: Eder, tem que ir no segmento tal e conseguir recursos. Totalmente diferente do Silval”, diz o ex-secretário.

Segundo Eder, Silval Barbosa determinava que diversos segmentos fossem procurados, numa referência a um esquema de sonegação tributária que supostamente beneficiaria empresas dos setores de frigorífico, sucroalcooleiro e atacadista. O suposto esquema teria nascido na Secretaria de Fazenda (Sefaz).

“Depoimento não tem validade jurídica”

Em entrevista por telefone, Eder Moraes afirmou que seu depoimento, cujo trecho foi reproduzido pelo Olhar Jurídico, não tem valor legal. “Esse meu depoimento não tem validade jurídica, este depoimento ele foi cancelado e retratado publicamente”, argumentou. Além disso, fez questão de reiterar que o ex-governador Blairo Maggi (PR) não teve qualquer envolvimento com o esquema investigado pela operação Ararath.

“As investigações vão mostrar isso, se tem a participação documentada de quem quer que seja, que cada um responda por aquilo que fez, mas reitero que o governador Blairo Maggi não tem absolutamente nada a ver com isso”.

Ararath

A Operação Ararath investiga um complexo esquema de lavagem de dinheiro - cuja estimativa de movimentação ultrapassa R$ 500 milhões – para o ‘financiamento’ de interesses políticos no Estado. Uma lista apreendida pela PF aponta que pelo menos 70 empresas utilizaram ‘recursos’ oriundos de esquemas fraudulentos de empréstimos.

A ação policial levou para prisão Eder Moraes, uma das figuras políticas mais emblemáticas do Estado. Homem forte do governo Blairo Maggi, atuou em cargos de destaques durante a sua gestão (2003 a 2010), como secretário de Fazenda, presidente da Agência da Copa do Mundo (Agecopa), da Casa Civil e também diretor da Agência de Fomento de Mato Grosso.

O próprio Blairo Maggi é investigado no esquema, assim como Silval Barbosa (PMDB), o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), membros do Judiciário, Ministério Público, empreiteiros e empresários supostamente ligados ao ramos da agiotagem.

O Papel de Eder Moraes

As investigações apontam que o ex-secretário de Estado Eder Moraes seria um pilar do esquema, fazendo a interlocução entre Mendonça e a classe política. O peemedebista foi preso no dia 20 de maio de 2014, pela Polícia Federal, e encaminhado para Brasília para que não atrapalhasse as investigações por gozar de forte influência em Mato Grosso. Após mais de 80 dias, o ex-secretário de Estado Eder Moraes (PMDB) deixou o Complexo Penitenciário da Papuda no final da manhã do dia 09 de agosto de 2014.
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