Documentos em posse da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos da Polícia Federal apontam que um dos empréstimos  contraídos pelo ex-secretário Éder Moraes, empregando ‘instituições clandestinas de crédito” teria servido ao pagamento de R$ 500 mil para o juiz titular da 5ª Vara  Especializada da Fazenda Pública, Roberto Teixeira Seror. O montante supostamente, serviria a uma manifestação favorável em uma ação de sequestro no valor de R$ 80 milhões beneficiando o governo do Estado. A informação consta no inquérito policial que teve o sigilo quebrado hoje, por decisão do juiz da 5ª Vara Federal, Jeferson Schneider, a pedido do Ministério Público Federal (MPF).

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Em anotações apreendidas durante a operação Ararath  -  que  apura crimes contra o sistema financeiro mediante o emprego das empresa de factoring Globo Fomento Mercantil LTDA e rede de postos de combustíveis Comercial Amazônia de Petróleo LTDA, pertencentes ao empresário e delator do esquema, Júnior Mendonça - é possível verificar o sobrenome ‘Seror’ e ao lado do mesmo, uma referência ao valor de R$ 500 mil.

As planilhas, anotações feitas à mão, foram apreendidas na casa do pai do empresário Júnior Mendonça (delator do esquema) e aponta nome de pessoas que utilizaram os “recursos”, que beneficiava não somente ao núcleo político do Estado, mas empresas atuantes em segmentos distintos – de acordo com as ponderações da Polícia Federal.

Em depoimento, Júnior Mendonça afirma em que o montante teria sido entregue ao ex-secretário de Fazenda, Eder Moraes. Trecho do relatório aponta que “a expressão "Serou" se refere a pedido de empréstimo feito por Eder Moraes cujo contexto apresentado seria para beneficiar o estado de Mato Grosso numa ação judicial; que o depoente registrou a expressão "Serou" como sendo referente ao Juiz estadual Seror, pois o depoente viu na imprensa que foi publicada uma decisão judicial que sequestrou aproximadamente RS 80 milhões em favor do governo do estado de Mato Grasso. Que o depoente questionou a Eder Moraes que aquele e dinheiro se referia a esta situação e Eder Moraes declarou que sim”.

Procurada, a  assessoria do Tribunal de Justiça (TJ/MT) informou que o juiz citado no inquérito por Júnior Mendonça não iria se manifestar sobre o caso.  

Eder Moraes foi preso durante a operação Ararath, deflagrada no dia 20 de maio. Ele encontra-se preso no Centro de Detenção Provisória, em Brasília.