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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

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Homicídios mercenários

Já condenado, Arcanjo ainda é acusado de ser o mandante de outros sete assassinatos

Foto: TJ-MT

Ex-bicheiro já foi condenado a 19 anos de prisão pela morte de Sávio Brandão

Ex-bicheiro já foi condenado a 19 anos de prisão pela morte de Sávio Brandão

Condenado a cumprir 19 anos de prisão em regime inicialmente fechado por ter encomendado por R$ 38 mil o assassinato do empresário Sávio Brandão, o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, ainda será julgado por outros sete assassinatos por encomenda, “homicídios mercenários” como classificou o promotor de Justiça, João Augusto Veras Gadelha, responsável pela acusação.

Arcanjo foi condenado pouco antes das 20 horas da noite de quinta-feira (24) pelo Tribunal do Júri da Comarca de Cuiabá. O corpo de jurados era formado por cinco mulheres e dois homens, que por quatro votos a três consideram o réu culpado das acusações.

De acordo com o Ministério Público do Estado (MPE) Arcanjo também possui participação nos assassinatos de Mauro Sérgio Manhoso, Rivelino Jacques Brunini, Fauze Rachid Jaudy, Valdir Pereira, Leandro Gomes dos Santos, Celso Borges, Mauro Celso de Moraes.

Há ainda uma tentativa de homicídio contra Gisleno Fernandes. Todos os delitos foram registrados entre os anos 2000 e 2002, em Cuiabá e Várzea Grande. "Há vários mandados de prisão em aberto em que ele responde o vários crimes em Cuiabá e Várzea Grande. O julgamento mais próximo é o caso de Rivelino Brunini e Fauze Jaudy, um duplo homicídio que foi desaforada da Justiça Federal e veio pra cá. Já foram condenados o Hércules e o Célio como executores, agora falta o Arcanjo como mandante", informou Gadelha.

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Segundo o promotor João Gadelha, as mortes seriam motivadas por disputas de território no jogo do bicho e outras contravenções. Já Sávio teria sido executado por conta das reportagens publicadas na Folha do Estado.

Brandão foi executado na tarde do dia 30 de setembro de 2002, quando visitava obras da nova sede de seu jornal localizada no bairro Consil. Foram disparados três tiros de pistola 9mm, que atingiram a cabeça do empresário. Segundo testemunhas, dois homens ocupando um moto o aguardavam numa esquina da rua e se aproximaram já atirando.

Pena pequena

Gadelha avaliou como satisfatória a condenação, mas não descartou a possibilidade de ingressar com recurso por entender que a pena poderia ter sido maior. “Vamos analisar a decisão do juiz porque dada a gravidade do fato e a posição de João Arcanjo, como sendo o chefe do crime organizado, o Ministério Público esperava uma pena superior a 20 anos”, disse.

Segundo ele, João Arcanjo Ribeiro, que encontra-se preso há 10 anos e meio, dificilmente poderá ser colocado em liberdade. “Ele tem vários outros mandados de prisão e mesmo que alcance a progressão ainda existem outros julgamentos a serem realizados pela prática de crimes dolosos contra a vida”, observou.

Defesa acredita em liberdade

O advogado de defesa do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, Zaid Arbid, comemorou a pena aplicada ao seu cliente pela morte do empresário Sávio Brandão e afirmou que acredita na liberdade do comendador ainda neste ano.

De acordo com Arbid, como o crime aconteceu antes do advento da Lei de Crimes Hediondos, Arcanjo precisaria cumprir apenas um sexto da pena em regime fechado. Preso desde 2006, o homem que é apontado como o ex-chefe do crime organizado em Mato Grosso, já teria condições de gozar do regime aberto ou semi-aberto.

Em entrevista concedida instantes após a condenação, Arbid declarou que seu cliente não estava confortável, mas se sentiu “aliviado” com a decisão. “Cabe recurso, mas já resolveu a vida do Arcanjo, porque ele não se enquadra em crime hediondo. A partir de amanhã já não tem nada que o mantém preso”, declarou.

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