O advogado Pio da Silva, candidato à presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso (OAB-MT), garantiu em entrevista ao Olhar Jurídico que o atual presidente Maurício Aude, desistiu da reeleição devido à pressão que sofreu pelo próprio grupo.
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“O grupo pressionou diante da má-gestão de Maurício Aude e ele desistiu de disputar a reeleição. Tanto que ele nem aguardou uma reunião com todos os conselheiros para anunciar a desistência, tamanha a pressão que sofreu”, analisa Pio.
Ainda segundo o advogado, a oposição tem se reunido no sentido de unificar uma candidatura. “Estou trabalhando essas reuniões com os candidatos de oposição e acredito que meu nome será confirmado”, diz Pio da Silva.
Para ele, o grupo de Aude, que comanda a OAB-MT há mais de 20 anos, está rachado. “Eles têm alguns nomes, mas acredito que entre todos apenas o Leonardo Pio da Silva (o Leo Capataz) e o Francisco Esgaib. “Os demais devem desistir”, assegura Pio.
Aude anunciou nesta quinta-feira (28) que não vai disputar a reeleição. Segundo ele, a decisão foi tomada após a análise de questões familiares e institucionais. Ainda de acordo com Aude, que está há 6 anos na direção da OAB, é necessário haver uma “reoxigenação” na Ordem.
Ainda segundo ele, é importante o grupo manter-se unido. “A união do grupo é, sempre foi e continuará sendo desejada. O mais importante é que seja uma construção coletiva, de grupo, de união de propósitos e esforços”.
O grupo tenta chegar a um acordo entre os nomes dos advogados Daniel Teixeira, secretário-geral da OAB, o presidente da Caixa de Assistência dos Advogados, Leonardo Pio da Silva (o Leo Capataz), que há alguns meses tenta convencer o grupo a apoiá-lo, Fábio Capilé, que preside a Comissão de Saúde da seccional, o conselheiro federal da OAB Francisco Esgaib, e a vice-presidente da OAB-MT, Cláudia Aquino. Cláudia é prima de Daniel e ambos tentam viabilizar uma candidatura.
Na oposição, três nomes circulam com força para disputar o comando da Ordem: Eduardo Mahon, Pio Silva e José Moreno.
Dos 15 mil advogados ativos, segundo a OAB, só têm direito a voto os que estão adimplentes com o órgão, que são cerca de 9,7 mil juristas. O número exato de quem está apto só é fechado dias antes de acontecer a votação, que será por meio de urna eletrônica nas 29 seccionais espalhadas pelo Estado.
Confira a íntegra da nota encaminhada por Maurício Aude:
"Hoje pela manhã, ao final da sessão do Conselho, fui procurado por um número considerável de conselheiros me pedindo um posicionamento sobre minha candidatura à reeleição argumentado que não poderiam voltar ao interior e aos seus escritórios na capital sem uma definição. Concordei!
E como na semana passada eu já havia me decidido junto a sócios e familia, entendi que eu não teria o direito de segurar o grupo mais tempo. Externei, portanto, e externo agora a vocês que não serei candidato à reeleição por entender que cumpri meu papel em diretoria nos últimos seis anos e também por crer que a oxigenação na presidência é salutar.
Fui eleito para cumprir três anos e trabalharei no mesmo ritmo até dia 31 de dezembro. O Daniel Teixeira se colocou à disposição, até mesmo por incentivo de um bom número de conselheiros e advogados de fora da gestão, e tem angariado apoios importantes na tentativa de viabilização de sua candidatura.
Meu desejo era tratar do assunto com todos juntos, mas as circunstâncias não permitiram, mesmo porque o momento de definição se avizinha. Amanhã falarei com os demais conselheiros, presidentes de comissões e em breve estaremos juntos em Sorriso, sem prejuízo de podermos nos falar antes, seja pessoalmente, seja por telefone.
A união do grupo é, sempre foi e continuará sendo desejada. O mais importante é que seja uma construção coletiva, de grupo, de união de propósitos e esforços.
Abraço a todos e fico à disposição."
