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Esquema nebuloso

Prado rechaça críticas ao MP e sugere que prefere morrer ao ver a instituição cair no descrédito

27 Mai 2014 - 17:12

Da Reportagem Local - Jardel P. Arruda Da Redação - Katiana Pereira e Arthur Santos da Silva

Foto: Danilo Bezerra/Olhar Direto

Prado rechaça críticas ao MP e sugere que prefere morrer ao ver a instituição cair no descrédito
“Não vai permitir, nem que isso custe a sua vida, que denúncias infundadas enxovalhem a imagem do Ministério Público Estado”, esbravejou o procurador Geral de Justiça de Mato Grosso, Paulo Prado, em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (27), para falar sobre a citação do seu nome e de outros 46 promotores e procuradores nas investigações da Polícia Federal sobre um esquema de lavagem de dinheiro.

Visivelmente irritado, Prado afirmou que a lista era referente a cartas de créditos que os promotores receberam do Estado como pagamento de indenizações por férias não tiradas. Para o procurador Geral, Eder tinha essa lista, bem como teria a de todos os servidores pagos com cartas de crédito, para poder ter um controle sobre os precatórios a serem dada baixa.

Enquanto esbravejava e batia com o punho contra a mesa do auditório da sede do Ministério Público Estadual, Paulo Prado explicou que foram obrigados a negociar as cartas de créditos com a Rede Cemat com um deságio de cerca de 25% e parceladas em 12 vezes, sem correção monetária, e, portanto, nunca foram beneficiados por Eder Moraes enquanto ele foi secretário de Estado de Fazenda. Em seguida, deixou o recinto, sem dar chance a imprensa fazer qualquer pergunta.

Na relação que consta na ação do MPF na frente de cada nome de promotor e procurador de Justiça, há as indicações descritas como “valor original”, “valor corrigido” e “valor a pagar”. O total dos valores indicados, respectivamente, são: R$ 10.829.027,91 (valor original); R$ 10.660.733,93 (valor corrigido); e 7.995.550,45 (valor a pagar).

Segundo consta na denúncia do MPF, que o Olhar Jurídico teve acesso à íntegra, "não é possível afirmar se ocorreu o pagamento, do que se trata, sua origem e licitude. Apenas que ao procurador de Justiça Paulo Roberto Jorge do Prado é apontada a quantia de R$ 516.778,92, ao promotor de Justiça Marcos Regonold Fernandes a quantia de R$ 59.700,54. Em relação aos promotores de Justiça designados para atuarem de acordo com a portaria n.082/2014-PGJ de 26/02/2014, dos nove membros, três aparecem na referida planilha".

Round 2


Alguns minutos depois, Prado voltou a falar e pediu desculpas por ter se exaltado no início da coletiva. “Desculpem-me, mas é que existem homens que não têm sangue nas veias, dos quais você pode falar da honra deles e eles não dizem nada. Mas meus pais me ensinaram que o maior valor que nós temos é o nosso nome. Eu passei esse nome para o meu filho e não quero que meu filho um dia se envergonhe de ter esse nome”, desabafou o procurador.

Paulo Prado também negou que o MP recebeu beneficio do esquema de lavagem de dinheiro e que a única relação que manteve com Eder Moraes foi uma ligação que realizou para a Superintendência da Polícia Federal informando que o ex-secretário de Estado iria entregar alguns documentos.

Sabatinado pelos jornalistas, o procurador Geral afirmou que o Ministério Público nunca se eximiu em investigar alguém, nem mesmo os governadores de Mato Gross. “Não posso processar um governador e um senador na esfera criminal. Só quem pode é a Procuradoria Geral da República. Mas na esfera civil, eu criei um tropa de choque com nove promotores para o investigar”, disse, ao se referir ao Núcleo de Patrimônio Público, o qual teria várias investigações correndo sob sigilo de Justiça.

“Agora eu pergunto, a palavra desses homens, que investigamos há anos, vale mais do que a de todos esses homens (os promotores do MPE)? Será que, do dia para noite, os promotores passaram para o outro lado? Do dia para a noite deixaram de ser honestos? Da noite para o dia se venderam? E continuaram a propor ações contra esses homens?”, questionou.

Atualizada às 09h52 28/05/2014
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