Olhar Jurídico

Quarta-feira, 08 de maio de 2024

Notícias | Trabalhista

Rede de supermercados é processada em R$ 6 milhões

O Ministério Público do Trabalho (MPT) pede na Justiça a condenação da rede de supermercados Coelho Diniz em R$ 6 milhões por danos morais coletivos. A empresa responde a duas ações: uma por jornada excessiva e a outra desobediência a normas de saúde e segurança do trabalho. Pelas irregularidades no meio ambiente de trabalho, o MPT pede o pagamento de indenização de R$ 3,5 milhões e pelos problemas na carga horária dos funcionários o valor é de R$ 2,5 milhões.

Nos dois casos, a insistência do grupo em permanecer infringindo a lei, inclusive após fiscalizações e interdições, motivaram os pedidos milionários de indenização. De acordo com o procurador do Trabalho Jefferson Maciel, que ajuizou os processos, a rede de supermercados recebeu do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) 152 autos de infração por falhas de segurança e 71 autuações pela realização de mais de duas horas extras por dia. A empresa também descumpria o intervalo de 11 horas entre duas jornadas e não concedia repouso semanal de 24 horas consecutivas aos funcionários.

"As práticas violam muito mais do que direitos trabalhistas. Ofendem direitos fundamentais básicos, tal como o direito à vida, ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e saudável, o direito à saúde, o direito à redução dos riscos de acidentes laborais e de doenças ocupacionais, tão protegidos pela Carta Política e Legislações Internacionais", enfatizou o procurador.

Reincidente – A Coelho Diniz chegou a ter amassadeira, batedeiras, moedor de carne, serra fita, amaciador de bife, modeladora e fatiadora de frios interditados, porém descumpriu a ordem e manteve as máquinas em funcionamento. Quem trabalha na padaria, por exemplo, lida diariamente com lâminas de fatiadores desprotegidas. Já no açougue, a “serra corte" não possui acionamento de segurança capaz de parar a máquina em caso de emergência. Várias máquinas cortantes também permitem o acesso de mãos e braços às zonas de risco, com perigo de amputação de membros.

Pedidos – Nas ações, o MPT pede a regularização da jornada na rede e a concessão de descanso semanal aos empregados. Também requer a proteção das máquinas e a devida capacitação dos trabalhadores que as manuseiam, o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e a implementação de programas de saúde e segurança no trabalho.

ACP-0001793-71.2014.5.03.0099 – Meio ambiente de trabalho
ACP-0001780-61.2014.5.03.0135 – Intervalos
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