"Vocês querem me perguntar alguma coisa? Eu falo com vocês um minutinho", e assim, apesar da recomendação da justiça de não prestar esclarecimentos após audiência de processo que corre na Sétima Vara Criminal, da juíza Selma Arruda e oriundo da "Operação Arca de Noé", o ex-deputado José Geraldo Riva falou com a imprensa e avaliou os processos em que figura como réu, até o momento. Confira:
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“Eu sempre estive muito disponível pra justiça, nunca me furtei, até com relação às testemunhas. Nós temos um compromisso de até o dia 23 de março trazer o deputado Chico Daltro, lógico que se eu não puder trazê-lo a gente vai ter que desistir. Mas o testemunho dele é importante. Ele era oposição à mesa na época, ele conhecia tudo o que acontecia lá, ele sabe que o presidente e o primeiro secretário dificilmente tem controle sobre todo o processo de licitação”, avalia Riva.
Sobre as questões dos cheques, que seriam usados para pagamentos à empresas fantasmas, Riva avalia. “Todos os pagamentos até 2002 eram feitos com cheques. A partir de 2002, a providência que nós tomamos foi a de abolir o cheque, exatamente para dar mais transparência. Então nós vamos sempre contribuir com a justiça. Acho que pela forma como sempre conduzi, eu não merecia estar preso, em função da minha contribuição, sempre disponível, sempre compareci. Nunca atrapalhei o processo, pelo contrário, sempre procurei ajudar”.
Sobre os cheques do ex-vereador João Emanuel que teriam, segundo o GAECO, sido assinados para pagamentos de reforma na casa de Riva:
“É absolutamente mentirosa essa afirmação, minha casa tem 10 anos que não é reformada e não faz mais de 10 anos que eu conheço João Emanuel. Simplesmente ele pode ter construído uma casa, mas a minha casa em si, não. Minha casa faz 10 anos que não passa por nenhum processo de reforma. Aliás, está lá para quem quiser ver e visitar, são convidados para isso”.
Sobre João Emanuel ter sido chamado de “aprendiz de Riva”, avalia. “Acho que não cabe comentário nisso, porque João Emanuel tocou a vida dele da forma como bem entendeu, assim como eu toco a minha e cada um responde por aquilo que faz”, conclui.
Contexto:
Após ter sido denunciado pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) por crimes de peculato e de constituição de organização criminosa, o ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, João Emanuel Moreira Lima, responderá agora por lavagem de dinheiro. Com o dinheiro, teria comprado Porshe e pago viagens para Disney para ele e sua ex-esposa, a deputada Janaina Riva, filha de Riva.
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Entenda o Caso:
A Operação Arca de Noé, deflagrada em 2002 pela Polícia Federal em conjunto com outros órgãos de investigação para desmantelar o crime organizado em Mato Grosso chefiado na ocasião pelo bicheiro e agiota João Arcanjo Ribeiro. Contra Riva pesam denúncias de que enquanto presidente e 1º secretário da Assembleia Legislativa, autorizou a emissão de cheques para empresas fantasmas, os quais foram descontados nas factorings de João Arcanjo e assim quitar dívidas de campanha eleitoral e desviar dinheiro público.
(1).jpg "Riva concede entrevista e nega que João Emanuel tenha reformado sua casa:")
