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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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PRESO

José Riva teria pressionado servidores e oferecido advogado para blindar crimes milionários

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

José Riva teria pressionado servidores e oferecido advogado para blindar crimes milionários
O ex-deputado José Geraldo Riva teria pressionado os servidores da Assembleia Legislativa, ouvidos na operação Metástase, buscando a blindagem dos supostos crimes estimados em R$ 2,6 milhões contra os cofres públicos, indicando o advogado Alexandre Nery para orientar as 'versões' apresentadas ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa do Ministério Público Estadual  buscando  “impossibilitar a descoberta da verdade”. As informações obtidas pelo Olhar Jurídico constam na decisão da juíza Selma Rosane, da 7ª Vara Criminal, que decretou a prisão do político pela terceira vez neste ano. 

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Segundo divulgado pelos investigadores, o ex-presidente da “Casa de Leis” utilizava os recursos públicos denominados verbas de suplementos de forma inapropriada. O dinheiro era desviado para pagamento de despesas pessoais. Além de José Geraldo Riva, foram presos os servidores Geraldo Lauro e Maria Helena. Ambos exerceram a chefia do gabinete do ex-parlamentar. Manoel Marques, ex-auditor-geral da “Casa de Leis também teve liberdade provada.

Os ex-chefes de gabinete de Riva fariam parte da cúpula criminosa agindo diretamente no suposto esquema, “liderando” pessoas para desviar recursos. Além nortear os atos para oferecer aparência de legalidade aos crimes, a suposta organização também proporcionava orientação jurídica. O nome indicado seria o advogado Alexandre Nery.

“Com efeito, José Geraldo Riva teria providenciado até mesmo fornecer advogado para essas pessoas, o qual os direcionava e orientava no sentido de manter, o tempo todo, as mesmas versões já apresentadas junto à Promotoria de Justiça da Defesa do Patrimônio, e sede de inquérito civil”.

Conforme depoimento prestado pela servidora Marisol Castro Sodré, uma das colaborados na investigação, “[...] na companhia do advogado Alxandre de Sandro Nery Ferreira, advogado este indicado pela pessoa de Maria Helena Ribeiro Ayres Caramello [...] referido advogado durante o deslocamento na Assembleia Legislativa até a Promotoria foi orientando a interroganda no sentido de ‘não se lembrar de nada”.

A afirmação de Marisol personificaria as fortes suspeitas de que a organização crimino procuraria os cuidados necessários à sua própria blindagem. “Nota-se, por, que a verdadeira intenção seria não apenas frustrar as investigações e impossibilitar a descoberta da verdade, como também blindar o chefe e mentor da práticas criminosas, José Geraldo Riva”.
Conforme os autos, outros servidores foram contactados pelos supostos criminos, com a ajuda de Nery, para combinar sobre os depoimentos. “Esse mesmo advogado teria se encarregado de acordar e convencer os demais envolvidos a ocultarem a verdade, quando fossem ouvidos pelo Ministério Público”.

Segundo a magistrada Selma Rosane, Alexandre Nery ocupou cargo comissionado na Assembleia Legislativa até o dia 9 de fevereiro de 2015. O advogado já atuou, por diversas vezes como assessor jurídico de José Riva. Nery também figura como defesa de diversos nomes envolvidos em supostos esquemas na “Casa de Leis”.

“Dái, a conclusão lógica é que quem forneceu o advogado, à Marisol e a outros servidores não foi a pessoa de Maria Helena, nem Geraldo Lauro, mas sim a organização criminosa, liderada por José Geraldo Riva”, afirma a magistrada Selma Rosane.

Para a juíza, a atuação buscando dificultar o andamento processual seria capaz de fundamentar as prisões. “Os depoimentos e interrogatórios colhidos pelo Gaeco, em cotejo o que foi produzido em sede de inquérito civil e com os áudios das conversas interceptadas naquela fase das investigações denotam a inexistência de forte esquema que tem a nítida intenção de atrapalhar a descoberta da verdade”.

O Outro lado


Ao Olhar Jurídico, Alexandre Nery afirmou que não foi contratado para orientar os servidores.
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