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STJ

HC de empresário acusado de articular esquema da Rêmora aguarda decisão no STJ

06 Jun 2016 - 09:30

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Rogério Florentino Pereira/OD

Giovani Guizzardi

Giovani Guizzardi

Encontra-se concluso para decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ) o pedido de liberdade do empresário Giovani Guizzardi, preso preventivamente desde 3 de maio por conta da “Operação Rêmora”. O recurso, distribuído ao ministro Nefi Cordeiro, da Sexta Turma, é assinado pelo advogado Rodrigo Mudrovitsch, que também defende o ex-deputado José Geraldo Riva.

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O pedido de liberdade foi levado ao STJ quando indeferido no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) pelo desembargador da Segunda Câmara Criminal, Rondon Bassil Dower Filho, em decisão proferida em 19 de maio.

Giovani é acusado de articular um esquema de pagamentos de propinas em obras da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Os valores variavam, segundo o Ministério Público Estadual (MPE), entre R$ 400 mil e R$ 3 milhões e o cartel seria formado por mais de 23 empresas que ganhavam contratos e licitações fraudadas junto a Secretaria.

No recurso, a defesa do réu contesta a competência da juíza Selma Arruda em julgar o caso, uma vez que os autos apontam para suposta participação do então Secretário de Estado, Permínio Pinto Filho, que possuía foro privilegiado por função, “o que atrai a competência para o Tribunal de Justiça”, alega a defesa.

Pontuou ainda que se Giovani Guizzardi, como consta na denúncia, serviria aos interesses escusos dos então funcionários da Seduc, que hoje já não compõem o quadro de administração pública do Estado, logo não haveria qualquer possibilidade de reiteração criminosa.

Também alega não possuir qualquer interesse em concorrer em licitações para obras da secretaria. Ainda, que não possui qualquer contrato vigente ou intenção em concorrer. “Inclusive, ele já está até se afastado da administração da Dinamo Construtora”, acrescentou.

Por fim, apontou que Giovani é réu primário e possui bons antecedentes.

Operação Rêmora:

Segundo o Ministério Público Estadual (MPE), a organização criminosa era composta pelo núcleo de agentes públicos, o núcleo de operação e o núcleo de empresários. O primeiro formado pelos servidores Wander Luiz dos Reis, Fábio Frigeri e Moisés Dias da Silva que estariam encarregados de viabilizar as fraudes nas licitações da Seduc mediante recebimento de propina.

Integrava o núcleo de operação Giovanni Bellato Guizzardi, Luiz Fernando da Costa Rondon e Leonardo Guimarães Rodrigues. São eles os mandatários dos servidores públicos e os encarregados de fazer os contatos diretos com os empresários que faziam parte do terceiro núcleo.

Entre os empresários do ramo da construção civil envolvidos no esquema destaca-se o ex-deputado estadual e governador de Mato Grosso, Moisés Feltrin que foi detido durante a Operação Rêmora. Feltrin é empresário do setor de construção e por determinação judicial seria conduzido coercitivamente para prestar esclarecimentos, mas como em sua casa foram encontradas armas de fogo, o mesmo foi detido em flagrante.

No total, o núcleo de empresários possui 23 empresários e pelo o menos 20 obras foram fraudadas durante a ação do cartel. O esquema de propina envolvia pagamentos de percentuais em obras que variavam entre R$ 400 mil e R$ 3 milhões.
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