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OPERAÇÃO SODOMA 2

Pedro Nadaf se recusa a dividir quarto com preso e chama agentes prisionais de "babacas, corruptos e safados"

30 Ago 2016 - 11:38

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Paulo Victor Fanaia Teixeira / Olhar Direto

Pedro Nadaf se recusa a dividir quarto com preso e chama agentes prisionais de
O ex-chefe da Casa Civil de Mato Grosso, Pedro Jamil Nadaf, chamou os funcionários do Centro de Custódia da Capital (CCC) de “babacas”, “corruptos e safados”. É o que aponta a “Suspensão de Direitos” aplicada ao réu. O documento foi obtido por Olhar Jurídico. Nadaf foi preso em 15 de setembro de 2015. 

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O documento foi elaborado pela Superintendência do Sistema Prisional do Centro de Custódia da Capital e pela Secretária de Estado de Justiça e Direitos Humanos (SEJUDH). Nele, é apontado que Pedro Jamil Nadaf, em 13 de abril de 2016, se negou a cumprir ordens da AGEPENS de receber em seu quarto um preso civil que chegaria à unidade.

Recusando, Nadaf teria dito que os funcionários estavam lhe perseguindo e formalizou acusação de tentativa de agressão contra um deles. Na ocasião, aos gritos, o réu teria chamado os agentes de “babacas”. Dois dias depois, tornou a acusá-los, chamando-os de puxa-sacos, coniventes e safados” e de “corruptos e porcarias”.

* Documento obtido por Olhar Jurídico.

Por conta dos fatos, uma pena de “Suspensão de Direitos” por 90 dias foi aplicada a Nadaf, que foi proibido de exercer atividades laborativas, manter contato com outros réus e receber visitas por 60 dias. O documento é assinado no dia 22 de abril pelo diretor do Centro de Custódia da Capital, Isaías Marques de Araújo.

* Documento obtido por Olhar Jurídico.

De acordo com Pedro Nadaf, seus dias no CCC teriam sido marcados por outros fatos, mais graves. Ele teria sofrido ameaças do ex-chefe de gabinete Silvio César Corrêa Araújo, que também cumpre prisão no CCC. “Silvio César toda hora ia à minha cela, sentava ao meu lado, em uma cadeira ao lado da minha cama, e perguntava vagamente se eu estava fazendo delação”, narra Nadaf.

Em alusão aos ex-secretários César Zílio e Pedro Elias, segundo Nadaf, Silvio fazia gestos de tiro e dizia: "Esses aí não vão durar um ano, uma bala perdida vai pegar eles". O ex-chefe de gabinete também repetiria a frase “Quem tem c* tem medo”. 

As ameaças teriam sido, segundo argumenta Pedro Nadaf, o motivo pelo qual pediu sua saída daquela unidade prisional.

Não é o que acredita a defesa de Silvio César Corrêa Araújo, que vê nas suspensões aplicadas no CCC contra o ex-chefe da Casa Civil, uma esperança na tentativa de negar a tese das tais ameaças. Se confirmado que Pedro Nadaf deixou o CCC por conta disto, nega-se que tenha feito a seu pedido, alegando amedrontamentos.

Assim como o Coronel Militar José de Jesus Nunes Cordeiro, também réu nesta ação, Silvio César Corrêa Araújo é acusado por outros réus de “fazer pressões” e de “deixar em pânico” quem não concordasse com as regras da organização criminosa. Segundo Nadaf, Silvio César temia delações premiadas que pudessem o colocar como membro diretamente ligado ao ex-governador Silval Barbosa, apontado como lider da organização criminosa. 

Entenda o Caso:

Na fase 2 da “Operação Sodoma”, deflagrada no dia 11 de março de 2016, foi descoberta a lavagem de R$ 13 milhões na aquisição de um terreno na Avenida Beira Rio, próxima a casa de shows Musiva, que teria sido quitado com cheques provenientes de propina pagas por empresas (beneficiados com incentivos fiscais) ao Poder Executivo.

A compra foi feita, segundo o Ministério Público Estadual, pelo ex-secretário de Administração César Zilio, que teria usado o pai falecido e um arquiteto como “laranjas” na transação.

Foram denunciados pela Sodoma: O ex-governador, Silva da Cunha Barbosa; o ex-prefeito de Várzea Grande, Wallace dos Santos Guimarães; os ex-secretários de Estado, Marcel de Cursi, Pedro Jamil Nadaf, José Jesus Nunes Cordeiro, César Roberto Zílio e Pedro Elias Domingues; o filho do ex-governador, Rodrigo da Cunha Barbosa; o ex-deputado estadual José Geraldo Riva; Silvio Cezar Correa Araújo, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, Karla Cecília de Oliveira, Tiago Vieira de Souza, Fábio Drumond Formiga, Bruno Sampaio Saldanha, Antonio Roni de Liz e Evandro Gustavo Pontes da Silva.
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