Está marcado para esta quinta-feira , 23, no Fórum da Capital, o interrogatório do ex-deputado estadual, José Geraldo Riva, sobre o esquema de fraude para desvio de cerca de R$ 9,6 milhões da Assembleia Legislativa para o pagamento de uma dívida, desvendado durante a operação “Ventríloquo”, do Ministério Público Estadual (MPE). A audiência se iniciará às 14h, na Sétima Vara Criminal, presidida pela juíza Selma Arruda. “A partir de agora a confissão e a delação será regra para Riva”, prometeu o advogado Rodrigo Mudrovitsch.
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“Eu quero confessar, excelência...”, foi o que disparou Riva em depoimento realizado no dia 15 de abril. Na ocasião, Riva pediu um tempo para que pudesse juntar documentos suficientes para incriminar todos que ele crê que tenha participação no esquema. Riva já confessou sua culpa. “Estou extremamente arrependido”, admitiu. Agora, deverá levar com ele políticos e servidores da Assembleia Legislativa.
Embora o réu não acredite que a quantia desviada, somada, chegue a R$ 9,6 milhões, Riva prometeu identificar à justiça todos os envolvidos no esquema, apontando nomes e cifras. “Eu vou começar por mim”, afirmou em abril. Revelando ser responsável por repasse de cheques que, juntos, somam quase R$ 1 milhão.
Declarou ainda que estava cansado e chorou ao admitir que, no alto de seus 57 anos, quer agora ajudar a justiça a descobrir a verdade e não mais aceita ser apontado como único mentor do suposto esquema ilegal. O ex-deputado promete. “Eu não vou poupar ninguém pela verdade”.
Entenda o Caso:
A operação Ventríloquo foi desencadeada pelo Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), e teve início a partir da delação premiada do advogado Joaquim Miele, que representava o banco HSBC em uma demanda contra a Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
Segundo o MPE, o então presidente afastado da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Riva, teria determinado o pagamento de uma dívida na integralidade de R$ 9,6 milhões, em face ao banco HSBC, relativa a débitos em atraso da contratação de seguros saúde para os servidores da Casa de Leis, desde que metade do montante fosse desviado.
